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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CIDADANIA

Educação Ambiental e Cidadania

Podemos entender a Educação Ambiental (EA) como uma prática social que leva o indivíduo a desenvolver, para melhor, sua relação com a natureza e com os outros seres humanos

Por Vinicius Borges

Essa prática, de um tempo para cá, vem ganhando espaço nas discussões entre cientistas, políticos, cidadãos comuns e, de forma especial, nas escolas.

Segundo autores como Jacob (2003) apud Silva (2008), a EA deve estruturar-se como um elemento determinante na formação do sujeito cidadão, assim devendo haver uma conexão direta entre a natureza em si e as questões econômicas, sociais, políticas e éticas, pois sabe-se que boa parte dos problemas ambientais é devida à miséria gerada pela má distribuição de renda, desemprego e outros problemas de ordem social. Dessa forma, pode-se notar que a conexão Cidadania-Educação Ambiental solicita uma transformação de valores morais quanto à forma de ver o mundo e os homens (JACOB, 2003, apud SILVA, 2008).

Essa intrínseca relação Cidadania-Educação Ambiental pode ser observada e tida como um exemplo a ser seguido da Finlândia, país da Europa Setentrional. Cerca de 76% do território finlandês é coberto por florestas e a prática da silvicultura sustentável tem se desenvolvido de forma sistemática. Para esta prática sustentável, o país leva em conta aspectos econômicos, ecológicos e sociais, e tal fato tem demonstrado resultados incríveis: o crescimento no número de árvores plantadas tem sido entre 20% e 30% maior ao número de cortes, fazendo do país um local “super verde” e com a maior quantidade de árvores em crescimento da sua história.

Como a EA e a Cidadania estão intimamente ligadas, torna-se inegável o fato de a Finlândia estar entre os melhores países do mundo para se viver, com um IDH altíssimo e políticas públicas que favorecem os cidadãos em todos os aspectos, valendo-se a pena destacar o fato de ter um dos melhores sistemas de ensino do mundo e ser um dos países menos corruptos.

Ao vermos exemplos como este supracitado, temos impregnado em nossa mente que vivemos em um sistema, onde cada uma das partes, o econômico, o social, o ético, o político, o ambiental, os subsistemas, podemos assim chamar, está interligada à outra e todas elas devem funcionar de maneira correta para que tenhamos uma vida saudável.

Infelizmente, em nosso país, ainda é possível notar um grande distanciamento e mau funcionamento de cada um destes subsistemas, especialmente quando falamos sobre o subsistema político, o qual interfere de maneira especial em todos os outros. Apesar de parecer impossível, ainda há chances de mudanças, pois situações difíceis como a que está sendo vivida no Brasil, também já foram enfrentadas por outros países que hoje são exemplos para todo o mundo, como o caso da Coréia do Sul, onde antigamente era apenas uma Coréia e que, por causa da Guerra Fria, apartou-se em duas, Coréia do Norte e Coréia do Sul, foi devastada por uma guerra e tendo a educação como base, conseguiu uma transformação inimaginável na sociedade e no meio ambiente, conservando um rio de água límpida e pura no meio de Seul, uma cidade com mais de 10 milhões de habitantes, em pleno século XXI.

Referências:

SILVA, Fernanda Valéria Pinto da. A educação ambiental na formação da cidadania. 2008. 20 f: Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação)-Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, Belo Horizonte, 2008.

Vinicius Borges

Vinicius Borges – Graduando de Geografia. Professor. Matéria enviada via contato@xapuriinfo.dream.press. O conteúdo é de responsabilidade de nosso contribuinte voluntário.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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