Morango: uma alternativa no combate a infecções gástricas e câncer do estômago

Morango: uma alternativa no combate ao câncer do estômago

Morango: uma alternativa no combate a infecções gástricas e câncer do estômago

O estudo foi desenvolvido na de Coimbra, em Portugal

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folha do morangueiro silvestre tem benefícios múltiplos para a saúde, concluiu um estudo desenvolvido na Universidade de Coimbra, em Portugal.

“O extrato de folhas de morangueiro silvestre (Fragaria vesca), em especial uma fração purificada rica em elagitanina, apresenta elevado potencial para combater infeções provocadas por Helicobacter pylori (H. pylori), uma bactéria que está associada a múltiplas patologias gástricas e alguns tipos de câncer do estômago”, afirma, numa nota enviada hoje à agência Lusa, a Universidade de Coimbra (UC), baseada nos resultados preliminares de um estudo desenvolvido na instituição.

A investigação está sendo feita por uma equipe de especialistas das faculdades de Farmácia (FFUC) e de Medicina (FMUC). Tendo como objetivo avaliar a atividade da bactéria anti-H. pylori de diversos extratos de plantas, a investigação evidenciou igualmente que “o extrato da agrimônia (Agrimonia eupatoria L.), uma planta da família das Rosaceae, é também um bom candidato para a terapêutica desta bactéria que se aloja no estômago do ser humano, afetando cerca de 50% da população mundial”.

Embora muitos dos indivíduos não cheguem a desenvolver associadas ao Helicobacter pylori, quando isso acontece os tratamentos disponíveis atualmente são muito agressivos, exigem a administração de “três antibióticos em simultâneo, associados a um protetor gástrico (inibidor da bomba de protões), durante duas semanas”, sublinha, citada pela UC, Manuel Donato, investigadora da FMUC e coordenadora da investigação.

Trata-se de “uma terapêutica muito agressiva, com diversos efeitos secundários, o que leva a que facilmente as pessoas abandonem o tratamento antes do seu fim, com tudo o que isso implica, como o aumento da a antibióticos”, acrescenta a coordenadora do estudo, que já foi publicada no Journal of Functional Foods.

É importante, por isso, acentua a investigadora, “investigar o efeito antibacteriano de extratos de plantas como alternativas terapêuticas e/ou complementares do tratamento”.

Os resultados obtidos neste estudo, “apesar de preliminares, abrem caminhos para o de novos fármacos”, sustenta Maria Manuel Donato, indicando que “os extratos de Agrimonia eupatoria L. e de Fragaria vesca mostraram efeito anti-H. pylori, independente da virulência e da resistência aos antibióticos apresentada por esta bactéria, com o extrato das folhas de morango a ser o mais ativo e a respectiva fração enriquecida em elagitanina a mais eficaz contra a bactéria”.

Nas experiências realizadas em linhas celulares gástricas — em denominados isolados clínicos de Helicobacter pylori — com diferentes perfis de resistência aos antibióticos e de virulência, a equipe de especialistas conseguiu “determinar a concentração adequada de cada extrato para inibir a bactéria”, adianta a UC.

Este trabalho científico surgiu na sequência de um estudo epidemiológico sobre Helicobacter pylori, realizado pelo grupo ao qual pertence Maria Manuel Donato, em colaboração com o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Os extratos foram fornecidos pela docente e investigadora Teresa Batista, do Laboratório de Farmacognosia da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra. Com informações da Lusa.

ANOTE AÍ

Fonte: Notícias ao Minuto


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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