A Mulher e o Rio
Nas cidades ou na floresta, as mulheres da Amazônia assumem, com mais frequência, os seus protagonismos. Enfrentam (e superam) todas as batalhas na busca por uma vida melhor para elas e seus filhos. Assumem com maestria as funções antes ocupadas mais por homens. Estão nos roçados, cortando seringa, quebrando castanha, pilotando as rabetas – conduzindo seus próprios caminhos. Aqui, uma cabocla da floresta, uma amazônida do rio Môa, em Cruzeiro do Sul, leva sua canoa no remo para a busca do alimento. As linhas, as iscas e a tarrafa estão prontas para mais um dia de caça – ou melhor, de pesca. Mas, sim, elas também se embrenham pelas matas para caçar. Para essas mulheres, nada mais as limita. Nas adversidades, aprendem a ser fortes e resistentes – como a própria Amazônia.
Paulo Henrique Costa
- “Ancestralidade” – Foto: Paulo Henrique Costa
FESTIVAL ATSA
Todos os anos, durante o mês de julho, ocorre o Festival Atsa do Povo Puyanawa, na cidade de Mâncio Lima, localizada no estado do Acre. O termo “Atsa” significa “macaxeira” na língua puyanawa, e o festival recebe esse nome em homenagem à mandioca, que é a principal fonte de subsistência na terra indígena.
O Festival Atsa Puyanawa surgiu como um momento de celebrar a ancestralidade e, principalmente, resgatar a cultura, a história e as tradições do povo puyanawa. Durante as décadas de 70 e 80, esse povo enfrentou um doloroso processo de genocídio, perda de território e escravização, liderado pelo coronel Mâncio Lima.
Portanto, o Festival Atsa Puyanawa representa uma oportunidade crucial para reafirmar a cultura, a resiliência e o processo de reconstrução da identidade do povo Puyanawa. Este registro foi feito durante o último dia do V Festival Atsa Puyanawa, em 2023.
Paulo Henrique Costa
Festival de Fotografia Documental
De 26 a 30 de novembro de 2024
Panamericana Escola de Arte e Design
São Paulo (SP)
Paraísos artificiais
Na era da inteligência artificial, nunca foi tão necessário debruçar-se sobre o real. Em sua terceira edição, o Festival FotoDoc propõe-se a debater os desdobramentos trazidos com as novas tecnologias para o campo da fotografia documental. Pode a inteligência artificial nos ajudar a compreender melhor os problemas e desafios do real, auxiliando também em sua transformação? Até que ponto a ascensão das máquinas inteligentes põe em risco ou auxilia a subjetividade humana?
De quebra, queremos ainda compreender em que medida e de que maneira a fotografia documental pode representar os paraísos artificiais, estados alterados da mente, válvulas de escape frente a uma realidade por vezes cruel, mas também reveladores de outras dimensões do real.
O Festival FotoDoc 2024 convida público e convidados a refletir sobre as implicações de novos e ancestrais paraísos artificiais, por meio de Exposições, Encontros e Conversas com o Autor, realizadas na Livraria em torno de fotolivros.
Na edição 2024, o Prêmio Portfólio FotoDoc se consolida, saltando para 20 ganhadores, que farão parte de exposição de destaque no festival, colocando talentos emergentes em diálogo com fotógrafos consagrados convidados pelo festival.
O Festival FotoDoc também vai promover Workshops e Leituras de Portfólio, que contribuem para a formação de jovens fotógrafos, e Artescambo, troca cega de tiragens fotográficas além de desenhos e gravuras. De 26 a 30 de novembro, com exposições abertas até o dia 5 de janeiro de 2025, o Festival FotoDoc 2024 vai reunir fotógrafos e amantes da fotografia na Panamericana Escola de Arte e Design.
Paulo Henrique Costa
AUTORRETRATO
Eu me chamo Paulo Henrique Costa, sou formado em engenharia agronômica (com foco na agroecologia, agricultura orgânica e sistemas de agrofloresta) e muito recentemente terminei o mestrado em Ciências Ambientais pela Ufac. Também já trabalhei na área de comunicação, como apresentador e repórter de um programa de TV aqui no Vale do Juruá (2012). Fui Coordenador de Comunicação da organização Elas Existem – Mulheres Encarceradas. Confira mais fotografias no Instagram @phcosta_fotos
Fonte: Varadouro – O Jornal das Selvas