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“Balbúrdia”: Alunas pintam mulheres fortes na fachada da escola

“Balbúrdia”: Alunas pintam fortes na fachada da

Em escola estadual, fachada agora exibe mulheres fortes, desenhadas por alunas. O passou por uma pesquisa teórica e durou dois meses para ser concluído em Nova Andradina

Alana Portela/Campo Grande News

Olhar para o muro da Escola Estadual Professora Fátima Gaiotto Sampaio, ver Anne Frank, Frida Kahlo, Malala Yousafzai, Carmem Miranda, Helena Meirelles, Marielle Franco e a jogadora de  Marta, é uma inspiração feminista. As alunas do Ensino Médio estudaram cada detalhe para que a , além de colorir a fachada do colégio de Nova Andradina, a 300 quilômetros de Campo Grande, também remetesse à luta e à garra das mulheres.

A pintura fez parte de com a orientação da professora de artes, Jéssica Lima. “As alunas me procuraram e pegaram referências de mulheres influentes. Depois realizaram pesquisa teórica com uma professora de Português”, completa. A ideia da surgiu das alunas para o mês de março, no entanto, o trabalho durou dois meses até ser concluído.

“Elas queriam fazer uma homenagem diferente no Mês da , pois todos os anos fazemos comemorações na escola, mas são coisas simples. Como tinha o projeto de pintura, surgiu a proposta de criar algo maior, no muro”, conta a professora.

Foi a partir dessas pesquisas que as estudantes pensaram em pintar as sete mulheres e fazer um mural, inclusive, com nomes de ícones locais, como a violeira Helena Meireles.

Cada mulher tem uma de diferente, porém todas tiveram que batalhar para conseguir seu espaço, lembra a professora. Foi a primeira vez que o muro da escola recebeu uma pintura temática, que agora serve como decoração e motivação.

O trabalho não foi fácil, mas teve ajuda também da comunidade. “Ganhamos as tintas de uma empresa de materiais de construção da cidade. O projeto existe há três anos. Nisso, os alunos aprenderam a desenhar e pintar. Começamos em março e terminamos no começo desse mês. Para concluir a arte, tivemos que nos dedicar todas as tardes, das 15h às 19h”.

 As alunas tiveram a ideia de homenagear as mulheres na escola (Foto: Sabrina Hanzen)
 
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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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