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SALVE, SANTO ANTÔNIO! LAROYÊ!

Salve, Santo Antonio! Laroyê! Salve, Santo Antonio e seu sincretismo com Exu

Falar de Santo Antonio na Umbanda, não é tarefa fácil, ainda mais de Santo Antonio de Pemba, de Lisboa, de Ouro fino, de Pádua. Temos consciência que Ogum é Ogum, e Santo Antonio é Santo Antonio.

Antonio, que largou tudo pelo sacerdócio da caridade e luta justa pelos valores dos humanos seja o padre, ou o padeiro, o padre que alimentava seus fiéis pela palavra de Deus ou o padeiro que matava a dos pobrezinhos da aldeia de Pádua.

Antonio, que quando vivo já era um Santo para o , após sua passagem se transforma em Santo Antonio Milagreiro. Santo Antonio de Pemba, na Umbanda, que é o Patrono de Exu, que rege as legiões desses espíritos guerreiros e mensageiros dos Anjos Superiores (orixás), que preside as batalhas navais e terrestres.

Santo Antonio que protege as pessoas dos espíritos malignos e que traz o que estava perdido. Zé pelintra do Catimbó, ora muito a Santo Antonio. Em uma das suas cantigas, pergunta-se:

“Zé Pelintra, cadê Santo Antonio?
Estava rezando e fazendo oração;
Santo Antonio que gira e retira, que quebra as demandas de toda a nação.”

E assim, Zé Pelintra, invoca ao Santo, trazendo sua força, inspiração e proteção à Umbanda e aos seus filhos de fé.

Salve Santo Antonio!

Entre Santo Antônio de Lisboa e Santo Antônio de Pemba há muita diferença.
Como o número de escravos era superior ao dos fidalgos, erigiu-se em cada fazenda uma capela com o Santo da devoção dos Senhores ou Sinhás das fazendas, onde um Sacerdote da Igreja Católica fazia seus ofícios religiosos.

Quando os escravos adotaram Santo Antônio de Lisboa por Santo Antônio de Pemba como Exu, fizeram-no por diversos motivos. O primeiro porque tinham que acompanhar o credo católico; o segundo para ludibriar a boa fé dos senhores das fazendas, pois proibiam que os mesmos professassem o seu culto africano; e o terceiro porque faziam suas festas com , como fogueiras, etc., e o dono do fogo é Exu. O dia de Santo Antônio de Pemba é 13 de junho, razão pela qual a Umbanda comemora nesta data o dia de Exu.

Na Umbanda atual, onde os chefes de terreiros são mais esclarecidos, com mais e seus filhos também, não se admitem mais os tabus a respeito de Exus e Pombogiras, como :

Colocar cortina para cobrir o Gongá em dias de Sessão de Exu;

Considerar os médiuns que trabalham com Exus ou Pombogiras como perigosos, como assim era de crer naquela época remota;

Não permitir que os médiuns do terreiro trabalhem como Exus e Pombogiras, como alguns chefes de terreiros daquela época então procediam;

Pensar que Exu ou Pombogira são entidades negativas (ruins);

Considerar ainda nos dias de hoje que Omolú seja Exu e não ;

Exigir que Exus ou Pombogiras incorporem de costas para o Gongá;

Pensar que somente na grande hora (meia-noite) seriam horas que Exu ou Pombogira poderiam incorporar;

Pensar que um médium após trabalhar com Exu ou Pomba-gira terá de ser descarregado por um Caboclo ou Preto Velho;

Pensar que Exu e Pomba-gira só trabalham falando “palavrões” e bebendo.

Isto é má orientação, que não respeita a entidade e nem se faz respeitar! Pois Exu é , é caminho, procuram a luz , basta você dar o que eles vão lhe dar amor.

Laroyê! Exu é Mojuba!

Fonte: Tenda de Umbanda Cabocla Jurema do Raio de Luar

REZA ANTIGA PARA SANTO ANTÔNIO 

Se milagres desejais
Recorrei a Santo Antônio vereis fugir o demônio
E as tentações infernais.
Recupera-se o perdido
Rompe-se a dura prisão
E no auge do furacão
Cede o mar embravecido
Todos os males humanos se moderam, se retiram
Digam-no aqueles que o vira e digam-no os paduanos pela sua intercessão
Foge a peste, o erro, a morte o fraco torna-se forte e torna-se o doente são Glória ao Pai
Glória ao Filho, ao Espírito Santo e também Glória ao Pai
Glória ao Filho
Agora e sem fim, amém!
Fonte: Sabedoria Popular. 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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