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Cai o velho Pau-ferro preto, referência socioafetiva da população formosense

Cai o velho Pau-ferro preto, referência socioafetiva da população formosense

Em Formosa existia, num rasgo de praça tomada por edificações, uma frondosa árvore de pau-ferro preto. A praça, carinhosamente chamada de Praça do Pau-Ferro pela população, no passado se chamou Largo do Baruzeiro.

Georreferenciada na posição de Latitude: 15º 32’ 13.10”S – Longitude: 47º 19’ 58.35”, a velha árvore, da qual nunca se soube a idade exata, mas estimada em mais de 150 anos, foi, geração após geração, referência geográfica e socioafetiva da comunidade formosense com sua natureza.

Tombada por lei municipal de iniciativa dos vereadores Jorge Resende Silva e Tuca Magalhães, sancionada pelo prefeito Jair de Paiva em 30 de maio de maio de 1990, o velho pau-ferro teimava em resistir. Em 3 de março deste ano da graça de 2018, nossa árvore-símbolo deixou de fazer parte da paisagem formosense.

Um motorista descuidado, não obstante os gritos dos populares, arrancou com sua carreta a velha árvore-símbolo de Formosa. Consultado, o prefeito Ernesto Roller informa ter registado ocorrência e anuncia a construção, de imediato, de um memorial no local, e também o plantio de outra árvore da mesma espécie no que restou da antiga Praça do Pau-Ferro.

Consternada pela perda desta referência socioambiental de nossa cidade, a diretoria do Sinprefor expressa seu pesar e se soma a seus filiados e filiadas e à nossa comunidade, na esperança de que nossa natureza seja cada vez mais amada e respeitada por nossas gerações presentes e futuras.

 

Foto: Acervo Xapuri

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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