Procura
Fechar esta caixa de pesquisa.

Cardápio Patriota Para O 7 De Setembro

Cardápio Patriota Para O 7 De Setembro

Marcos Nogueira (“Cozinha Bruta”, FSP, 5/Set/20)

COUVERT
Pão, margarina, , milho verde e ketchup
*
SALADA
Capim Gordura à Rodrigo Constantino
In natura, para o patriota raiz e sem mimimi
*
ENTRADAS CRENTES
Ensopadinho do Pastor Everaldo
No esquema carioca, com água do rio Jordão
Arroz de Frutos Damares
Salmo, salminho e salmão no azeite virgem
*
SANDUÍCHE
Dudu's Bacon Cheeseburger
Como o nome indica, trata-se de um balde com pedaços de frango frito com osso, sem pão. Do jeito que Duda Bolsonaro gostava de fazer quando fritava hambúrguer na América. Acompanham batatas QAnon e um boné “Trump 2020”
*
PARA COMPARTILHAR
Pizza Itamaraty
Para celebrar a herança cultural brasileira. Azeitona portuguesa, abobrinha italiana, queijo do reino, anchova espanhola e couve-de-bruxelas. Livre de ingredientes africanos, indígenas e/ou globalistas
*
MASSAS

Miojo do Pai Jair
Nos sabores gado caipira, gado urbano e pato de extrema-

Fusilli à Roberto Jefferson
Ao molho de tomates italianos Negociatta di Centrone DOC

*
CARNES

Bife com Histórico de Atleta
Talho de boi macho, hétero, criado em pastagem amazônica sem vacinação contra febre aftosa ou outras frescuras. Vem mugindo, com molho campanha eleitoral acima de tudo

Boca de Porco à Olavo
Cozida lentamente na própria bile. Acompanha urtiga ao alho e ódio
Marreco Frito Esplanada
À moda de Maringá, com “sauce dallagnol”
*
ESPECIAL DO DIA
Mexidão Carluxo
Arroz, feijão, sofisticação, prudência, os blogueiros ESTREBUCHAM, método, ozônio, a estratégia na timeline dos bundões da ISENTOSFERA para atingir o PR com socialismo e hipocrisia. A MAMATA CHORA
*
SOBREMESAS

Rachadinha de laranja
Doce de enorme sucesso na cantina da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Também disponível no sabor limão-miliciano

Bala Flordelícia
Receita secreta da nossa pastora. Depois de prová-la, nunca mais você vai comer nada… tão bom. Simplesmente matadora
*
BEBIDAS
Cloroquinha de cachaça ou de vodca
Cerveja Coronga
*
PREÇO POR PESSOA
R$ 89 mil (favor depositar cheque na conta de Michelle Bolsonaro)

Fonte: Cozinha Bruta

 

[smartslider3 slider=25]

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

PARCERIAS

CONTATO

logo xapuri

posts relacionados

REVISTA