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DEUSA DURGA DEUSA MAE

DEUSA DURGA! DEUSA MÃE!

Deusa Durga! Deusa Mãe!

Jai Mata Ji! Salve, Mãe Sagrada!

Por Iêda Vilas-Bôas, Reinaldo Filho Vilas Boas Bueno

A Deusa Durga também é conhecida como Maa Durga (Mãe Durga): a verdadeira fonte e representação de energia feminina de poder. Literalmente, seu nome significa: a invencível. Mãe Durga ressalta, do Feminino Sagrado, seu lado protetor, a face materna que protege o mundo contra toda sorte de ameaças.

Serena, como mãe, com a sua fonte irradiante de força e energia aberta, emanando força que protege. Afinal: tudo tem de voltar para onde veio. Durga vence as guerras, contra os piores demônios, montada em seu tigre, ostentando sua confiança em seu próprio eu. Durga é muito popular entre os hindus, simboliza a Divina Mãe, e é um dos pilares principais de sustentação da fé hinduísta.

Durga foi evocada para, em um caso mitológico específico, matar aos demônios que cruelmente derrotavam a todos, inclusive aos deuses, e veio do útero da Terra, para ser o feminino que salva. Uma grande deusa salvadora. Ela, convocada, possui nove aspectos (que também são divindades por si sós) que são homenageadas durante os nove dias de seu festival, no mês de setembro. São eles: Skondamata, Kusumanda, Shailaputri, Kaalratri, Brahmacharini, MahaGauri, Katyayani, Chandraghanta e Siddhidatri.

Sendo chamada apenas de “Deusa” ou “Devi”, Durga é uma energia feminina tão grande, e poderosa, que assume diversas faces e formas, e ainda possui muitos nomes: 108 exatamente. Durante os dias do festival Durga Puja, seus devotos rezam para seus 108 nomes. É representada de 64 formas diferentes, cada uma com seu nome. Algumas de suas imagens chegam a ter até 20 braços e três olhos.

Durga também é considerada pelos hindus como a mãe natural de Ganesha, de Sarasvati e Lakshmi. Ela é considerada a esposa de Shiva, a caçadora de demônios. Durga é descrita como um aspecto de guerreira com 8 braços, cavalgando seu poderoso tigre, carregando armas e assumindo mudras, ou gestos simbólicos com a mão. Esta forma da deusa é a encarnação do feminino e da energia criativa (Shakti). Foi Durga quem venceu o demônio Mahishasura, passando a ser respeitada, cobiçada e cultuada por todas as castas. O feminino deixa de ser visto como o fraco: é força protetora que irradia amor e, antagonicamente, cólera, quando necessário:

A deusa suprema é cultuada como energia sagrada há mais de 4.000 anos. Durga é a personificação da energia material, o poder da sabedoria, do sono e do conhecimento. No Sagrado Feminino, ela elimina a ignorância, concede brilho, inteligência, e dá intuição às suas devotas.

Conta-se que a Grande Deusa Durga é requintadamente bela. Sua imagem é extremamente brilhante, como o brilho de mil sóis, com três olhos como lótus. Possui cabelos exuberantes, com formosos e ondulados anéis, simbolizando sua livre força, e ainda tem uma pele vermelho-dourada-brilhante e um desenho da lua em quarto crescente em sua testa.

Usa um brilhante traje azul-marinho que emite raios. Seus ornamentos são lindamente esculpidos em ouro, cravejados de pérolas e pedras preciosas. Recebeu de cada deus uma arma mais poderosa como presente:

Chakram: Dado por Krishna, simboliza a justiça ou dharma.

Concha (ou búzio): Dado por Varuna, simboliza a palavra “Ohm”, um mantra que indica uma conexão com o divino através do som.

Arco e flecha: Dados por Surya, representação de energia. Durga os segura na mesma mão, demonstrando seu poder sobre energia potencial e cinética.

Trovão: Dado por Indra, essa arma simboliza firmeza de espírito. O trovão pode destruir onde cai sem ser afetado, e assim deve ser o devoto de Durga, vencendo seus desafios, sem perder confiança em si próprio.

Flor de Lótus: Dada pelo oceano, a flor não está totalmente desabrochada na mão da Deusa, simbolizando uma certeza de sucesso futuro, o acordar da consciência espiritual. A flor de Lótus é uma flor que consegue nascer em meio à sujeira e representa o devoto que consegue se elevar espiritualmente em meio às adversidades.

Cajado: Dado por Yama, esse objeto representa conhecimento e intelecto afiado.

Lança: Dada por Agni, a lança destrói a negatividade e garante prosperidade.

Machado: Presente de Vishwakarma, essa arma atinge qualquer inimigo, independentemente de sua defesa. As bênçãos de Durga ajudarão quem a procura a derrotar qualquer ameaça.

2Tridente (ou Trishul): Presente de Shiva, é um símbolo dos três Gunas (três qualidades em um humano): Satvva (força criativa), Rajas (manifestação) e Tamas (inércia). Os Gunas representam um triângulo de forças opostas e complementares, equilibrando a existência. Durga consegue dar a coragem necessária para lutar com seus males a alguém que está fora de sincronia com alguma dessas qualidades.

A palavra Shakti significa a força sagrada feminina, e Durga reflete o aspecto de luta, enfrentamento e força guerreira da deusa. A deusa Durga é cultuada em muitos templos de Dakshina Kannada, distrito de Karnataka. A Deusa Durga e a Deusa Kali (manifestação de Durga) manifestam uma exceção entre os deuses e deusas hindus e é um aspecto interessante a ser observado, são deusas que não são casadas. Prevalece aí o poder da energia feminina.

Atribuições comuns dadas a ela são: Deusa da força, Deusa Guerreira, Deusa da proteção, Mãe do universo. Símbolos que representam sua força e força de conexão com a vitória: Fogo, leões, tigres, vasilhas com arroz, colheres e itens amarelos em geral. Local de origem do seu mito e da perpetuação do seu culto: Índia.

IMG 3187Iêda Vilas-Bôas – Escritora.

 

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p style=”text-align: justify;”>reinaldo filhoReinaldo Filho Vilas Boas Bueno – Escritor.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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