COMO EVITAR UMA PICADA DE COBRA

Como evitar uma picada  de cobra: Essenciais de Segurança

A maioria das espécies de cobras não é agressiva e geralmente evita o contato com seres humanos. Um ataque de cobra geralmente ocorre quando o animal se sente ameaçado ou encurralado.

Por Redação Xapuri, com informações do Zoo e do Corpo de Bombeiros do Ceará 

Por isso, ao avistar uma cobra, o melhor a fazer é desviar calmamente, permitindo que ela siga seu caminho e você o seu.  Essa atitude simples pode evitar situações perigosas para ambos. Além dessa recomendação, há várias outras medidas de precaução que podem ser tomadas para minimizar o risco de encontros indesejados com cobras.

O perigo

Embora as cobras não se organizem para nos atacar,  mas elas se defendem de nós indo para o ataque e, nesse caso, uma picada de cobra pode causar imediata, como no caso da cobra coral verdadeira, cuja picada pode levar a uma parada respiratória instantânea. 

E, sem tratamento, o risco de morte após picada de cascavel chega a 70%, enquanto o índice da jararaca é 30%.

No , é registrada uma média de 30 mil acidentes ofídicos por ano, sendo que a incidência de picadas de cobras peçonhentas maior  entre março a agosto, porque nesse período as peçonhentas procriam mais.

Nessa época do ano as cobras procriam mais, porque “os animais armazenam sêmen e só o liberam quando há possibilidade de o filhote ter comida”. O alimento, no caso, é o rato, que se multiplica com o maior acúmulo de lixo.

De um modo geral, as cobras se alimentam à noite. Por causa disso, quando picam uma pessoa durante o dia, a quantidade de veneno é menor porque este já foi depositado em outros animais. Em compensação, “em quem é picado à noite, normalmente, a ação do veneno é total”, como explica o Tenente Josimar.

Segundo dados do Instituto Butantan, local de pesquisas e estudos de ofídios em São Paulo, a maioria das serpentes brasileiras são de porte médio. Por isso, as partes baixas do são as mais atingidas nas picadas, sendo 70% os pés e pernas, 13% mãos e antebraços e 17% outras áreas.

E, já que estamos no assunto, é bom esclarecer o que é um animal peçonhento:  são aqueles que possuem glândulas de veneno que se comunicam com dentes, ou ferrões, ou aguilhões, por onde o veneno passa ativamente, ou seja, possuem um mecanismo qualquer que os permite injetar seu veneno no organismo de outro animal.

Bons exemplos são: algumas serpentes que possuem os dentes ocos ligados a glândulas de veneno e estes são usados para inocular veneno (ou peçonha) que algumas vezes podem até matar, explica  Karlla Patrícia, em seu “Diário de Biologia”, 2015.

Abaixo, listamos algumas dicas essenciais para garantir sua segurança em áreas onde há a possibilidade de você se encontrar com uma peçonhenta: 

Específico Pessoa: Contra a picada de cobras
Foto: Divulgação/Instituto Butantan

1. Utilize Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

Em áreas onde há a presença de cobras, o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) é fundamental. Entre os itens recomendados estão botas de cano longo, luvas de punho alongado e óculos de proteção. As botas de cano longo são especialmente importantes, pois as cobras geralmente atacam a parte inferior das pernas.

As luvas protegem as mãos ao manusear objetos que podem estar escondendo uma cobra, enquanto os óculos de proteção são úteis em ambientes onde há risco de contato com o veneno ou secreções de cobras. A proteção física oferecida pelos EPIs pode ser crucial para evitar uma mordida e seus graves efeitos.

2. Use bastões ou varas longas para manipular objetos

Sempre que for necessário manipular objetos, mato ou lixo em áreas onde há possibilidade de encontrar cobras, é recomendável o uso de um bastão ou vara longa.

Esse equipamento permite que você mexa em objetos suspeitos de uma distância segura, reduzindo o risco de uma cobra, que possa estar escondida, atacar.

Movimentar objetos ou vegetação de forma cuidadosa, utilizando ferramentas que mantenham você afastado do potencial perigo, é uma medida preventiva eficaz para evitar surpresas desagradáveis. Nunca manipule objetos diretamente com as mãos sem antes verificar se há risco de contato com cobras.

3. Mantenha seu quintal limpo

Uma das formas mais eficazes de evitar cobras em ambientes domésticos é manter o quintal limpo e organizado. A presença de lixo, restos de materiais de construção ou qualquer tipo de entulho pode atrair pequenos animais, como roedores, que servem de alimento para as cobras.

Além disso, esses locais oferecem abrigo para os répteis, que preferem se esconder em locais escuros e úmidos.

Portanto, ao manter seu quintal limpo e livre de possíveis esconderijos, você reduz significativamente a probabilidade de que uma cobra se instale no local. Adote a prática de limpeza regular e descarte corretamente qualquer tipo de material que possa servir de abrigo para cobras.

4. Evite estacionar veículos próximos a locais de risco

Outro cuidado importante é evitar estacionar veículos próximos a áreas de mato, lagoas, ou qualquer outro lugar que seja escuro ou úmido. Esses locais são habitats naturais para muitas espécies de cobras, especialmente as que procuram abrigo ou estão em busca de presas.

Estacionar em áreas abertas e longe de vegetação densa ou acumulada é uma forma de prevenir o encontro com esses animais. Caso seja inevitável parar em uma área de risco, verifique ao redor do veículo antes de entrar ou sair, especialmente durante o entardecer ou à noite, quando as cobras estão mais ativas.

5. Use calçados fechados e roupas apropriadas

Quando estiver em locais conhecidos por terem cobras, é essencial usar calçados fechados e roupas que protejam as pernas. As botas de cano alto ou perneiras são especialmente recomendadas, pois oferecem proteção adicional contra mordidas na parte inferior das pernas, que é a região mais vulnerável em caso de um ataque.

Calças compridas também ajudam a criar uma barreira entre a pele e o ambiente externo, dificultando o acesso de uma cobra à sua pele. A escolha de roupas adequadas é uma medida preventiva simples, mas eficaz, especialmente ao caminhar em áreas de vegetação densa ou em trilhas pouco frequentadas.

6. Muito cuidado ao manipular objeto no solo

Ao se apoiar no chão para pegar impulso, descansar ou até mesmo ao manusear objetos que estejam no solo, é crucial prestar muita atenção onde coloca as mãos. Cobras podem estar escondidas sob pedras, troncos ou outros objetos, e o simples ato de colocar a mão nesses locais pode ser o suficiente para desencadear um ataque.

Antes de tocar em qualquer superfície, observe atentamente ao redor e, se possível, use um bastão para mover o objeto e verificar se há cobras por perto. Esse cuidado pode evitar acidentes graves e proporcionar maior segurança durante suas atividades ao ar livre.

7.  Em caso de acampamento

Se você deixar seus sapatos fora da barraca, antes de calçá-lo, certifique-se de que não tem alguma intrusa se abrigando dentro dele. Cobras gostam de se abrigar em locais quentes, escuros e úmidos, exatamente como sua bota ficará após uma caminhada. 

Procure limpar o local onde irá montar a sua barraca, tirando gravetos, folhas mortas, cascas de árvores. As cobras e outros animais peçonhentos costumam ficar escondidos nesses locais durante o dia para à noite sair para explorar, essa limpeza com cuidado, pode ter uma cobra escondida embaixo de pedras e troncos. 

O QUE FAZER EM CASO DE UMA PICADA DE COBRA

O mais importante depois de uma picada de cobra é manter o membro que foi picado o mais parado possível, porque quanto mais se movimentar mais o veneno poderá se espalhar pelo corpo e chegar em vários órgãos vitais.

Isso se aplica também a qualquer atividade que possa acelerar o batimento cardíaco, já que o aumento da circulação do sangue também espalha o sangue.

Assim, o ideal é que a vítima não caminhe e seja transportada por maca até ao hospital. Outra opção é ligar para a ajuda por meio de um atendimento pré-hospitalar, através do número 193.

Até chegar ao hospital ou até a chegada da ajuda, o que se deve fazer para melhorar as chances de salvamento são:

  1. Lavar o local com água e sabão, para limpar a ferida e impedir a entrada de mais veneno ou micro-organismos;
  2. Manter o paciente deitado e o mais calmo possível, porque agitado o sangue se espalha rápido e o veneno também;
  3. Manter o paciente hidratado, dando pequenos goles de água a ele;
  4. Procurar o serviço médico o mais breve possível, como sempre, somente médicos podem prescrever um medicamento a uma vitima de quaisquer acidente;

A maior parte das cobras no Brasil não têm veneno e, por isso, a picada não é perigosa para a , no entanto, em qualquer caso é sempre importante ir ao hospital para informar as características da cobra e confirmar e identificar se realmente era venenosa ou não.

Caso tenha sido um picada por cobra venenosa, geralmente é administrado o antídoto para o veneno, de forma a que as lesões parem de acontecer.

Se não for possível transportar a cobra para o hospital, é aconselhado tomar nota das principais características, como cor, padrão, formato da cabeça e tamanho, ou tirar uma foto.

O QUE NÃO FAZER APÓS UMA PICADA DE COBRA 

Existem várias crenças populares sobre o que fazer após uma picada de cobra, no entanto, é totalmente desaconselhado:

  1. Tentar sugar o veneno para fora da picada;
  2. Fazer um torniquete ou garrote apertado;
  3. Cortar o local da picada;
  4. Dar bebida alcoólica a vítima;
  5. Dar quaisquer medicamente à vítima.

Além disso, também não se deve aplicar qualquer tipo de mistura caseiras sobre a picada, pois além de não existir comprovação científica, pode acabar causando uma infecção do local.

COMO SABER SE A COBRA É VENENOSA OU NÃO 

Embora não seja um método completamente eficaz, existem algumas características que podem ajudar a distinguir uma cobra venosa de outra não venenosa, ou não peçonhenta. Algumas dessas características incluem:

Cobra venenosa

– Cabeça triangular e achatada
– Dentes longos na parte da frente da boca
– Olhos com fenda, semelhante ao olho de gato fechado
– Cauda que afina rapidamente
– Tenta atacar quando perseguida

Cobra não venenosa

– Cabeça estreita e alongada
– Sem dentes alongados na parte de trás da boca
– Olhos com pupila circular
– Cauda que afina gradualmente com o corpo
– Foge quando perseguida

SINTOMAS DE UMA PICADA DE COBRA VENENOSA

No caso de uma picada de cobra venenosa, com injeção de veneno, é comum que, após a dor que surge no local devido à picada, possam aparecer outros sintomas como:

  1. Dor que piora ao longo do ;
  2. Inchaço que vai aumentando e afetando mais áreas ao redor da picada;
  3. Ínguas doloridas em locais próximos da picada. Por exemplo, no braço é possível que surja inchaço das ínguas da axila, já na perna podem inflamar as da virilha;
  4. Bolhas na pele;
  5. Náuseas e vô;
  6. Tonturas, sensação de mal-estar geral e desmaio.

No entanto, estes sintomas podem variar de acordo com a espécie de cobra, sendo que até existem algumas cobras venenosas em que a mordida não causa qualquer sintoma. Por isso, é sempre importante ir ao hospital, mesmo que se suspeite de que a cobra não é realmente venenosa.

Em síntese, mantenha-se afastado de e, se for picado por uma cobra, procure tirar uma foto dela (não precisa matar, só fotografar),  para que se possa identificar com precisão o seu tipo, contribuindo com o tratamento.

Como Evitar Ataques de Cobras

 

 

 

 

JAMAIS TENTE CAPTURAR UMA COBRA

A tentação de capturar ou matar uma cobra que você encontrou pode ser grande, mas essa é uma atitude extremamente perigosa. A captura de cobras deve ser feita apenas por profissionais com treinamento para essa tarefa,  como ou equipes especializadas em controle de animais.

Tentar capturar uma cobra por conta própria pode resultar em um ataque (aí sim, ela pode ficar nervosa e atacar), que pode ser fatal dependendo da espécie.

Se encontrar uma cobra, o mais seguro é ficar longe dela e, se possível, registrar o encontro com uma filmagem ou fotografia à distância, especialmente da cabeça da cobra, que é a parte mais importante para a identificação da espécie.

Em caso de picada, essa identificação pode ser crucial para o tratamento adequado. Com o avanço da tecnologia, muitos celulares permitem zoom suficiente para captar detalhes importantes sem a necessidade de aproximação.  Com essas informações, os ou as profissionais de saúde podem administrar o antídoto correto de forma mais rápida e eficaz.

Seguir essas dicas é essencial para minimizar os riscos de encontros indesejados com cobras. Lembre-se de que as cobras fazem parte do ecossistema e desempenham um papel importante no controle de pragas, como roedores.

Respeitar o espaço delas e adotar medidas preventivas é a melhor forma de garantir a segurança de todos. Equipamentos de proteção, atenção ao ambiente ao redor e a atitude correta ao avistar uma cobra podem fazer toda a diferença para evitar acidentes. Caso ocorra um encontro, mantenha a calma e procure seguir as orientações aqui apresentadas.

 

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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