Governo que acabar com UEG de Campos Belos e Posse

Campos Belos e Posse: Governo que acabar com campus da UEG


Campos Belos e Posse: Governo que acabar com campus da UEG . As unidades UEG de Campos Belos e Posse não terão vestibular em 2021, na data de ontem o Conselho Superior (CsU) da UEG se reuniu para, entre outras pautas, votar o Edital do Vestibular 2021/1. Posse e Campos Belos ficarão de Fora. Será que o Nordeste Goiano caminha para novamente ser um corredor de miséria (física e cultural)?

Seria uma Sessão tranquila e com um fator necessário (o Vestibular), não fosse a injustiça sem precedentes que aconteceu para alguns campus da UEG, entre os quais, Campos Belos e Posse, ambos no Nordeste de Goiás, que pela primeira vez na desde que a UEG foi
criada, em 1999, não receberão nenhum (repetimos: nenhum) novo aluno, tendo em vista que, no quadro de vagas de toda a UEG, não foi aprovado pelo CsU vestibular para estes municípios.

No ano de 2018 a UEG possuia 159 cursos de graduações. Este ano de 2021 serão apenas 89 cursos, uma queda 44% no número de cursos da instituição que ocupa nesse instante 41 campus em 39 municípios, distribuídos em todas as regiões do estado de Goiás.

O mais grave de não ter qualquer ingresso em Posse e Campos Belos é que esta é considerada a região do estado com o mais baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado. Não há grandes projetos de investimentos em indústrias e outras fontes de desenvolvimento social e econômico. Além disso, a região abriga um dos parques nacionais mais importantes do Brasil (a Chapada dos Veadeiros) e os maiores quilombos do País, entre estes, os kalungas.

Num momento da história em que o Brasil necessita de mais investimentos em qualificação profissional, dada a grave crise econômica e sanitária (causada especialmente pela pandemia da COVID-19), Campos Belos e Posse, e os mais de 20 municípios adjacentes a estes, seus
jovens que sairão do Ensino Médio, não poderão contar com os cursos da UEG.

Segundo Marconi Burum, servidor da UEG em Campos Belos e um dos membros do Conselho Superior que participou da Sessão nesta terça-feira, “a UEG caminha para fechar seus campus em várias de Goiás, centralizando o ensino superior nos grandes centros urbanos. Esse é um projeto do Governo de Goiás, que mostra seu descaso com a UEG. A prova disso é que nós, do CsU, já pedimos ao Governador que permitisse a eleição para Reitor [que hoje está sob intervenção] e que devolvesse os 2% da receita estadual ao orçamento da UEG”, destaca.

Burum afirmou que a UEG, até 2019, tinha uma rubrica específica constante no artigo 158 da Constituição do Estado de Goiás, o que, se tivesse sido mantida, daria este ano à UEG um orçamento de 600 milhões de reais. Com os cortes do Governo, em 2021 a UEG terá pouco
mais de 300 milhões, o que representa a metade do valor. E por isso, a fórmula encontrada pela UEG para sair da crise orçamentária foi encerrar quase a metade de seus cursos.

“Com esta votação de ontem do CsU, caminhamos para uma tragédia que será difícil de reverter. Ou seja: corre-se o risco de vermos em 2 ou 3 anos o fechamento definitivo das unidades da UEG em Posse e em Campos Belos. A população precisa reagir”, comenta Burum.
Sobre o Edital, conforme aprovado na Sessão [que pode ser assistida ao vivo pelo canal da UEG no Youtube], será publicado oficialmente  hoje [3], na página do “ Conosco”, da UEG.

Para quem desejar saber maiores detalhes, segue o link da Sessão Plenária do CsU, dia 2 de
fevereiro do ano corrente:

https://www.youtube.com/watch?v=K5X8rssRGUk

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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