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Somos terra, água, ar, florestas...

Somos terra, água, ar, florestas…

Somos terra, água, ar, florestas…

O Dia Mundial do , 05 de junho foi instituído na primeira Conferência Mundial de Meio Ambiente, ocorrida em Estocolmo, na Suécia…

Por Iolanda Rocha e João de Deus de Souza

Esta conferência teve como objetivo fundamental mostrar ao mundo e chamar a atenção para os problemas socioambientais e a necessidade de preservação dos bens naturais. Nesta década, do século passado, já havia uma preocupação com a grande exploração dos bens naturais como se fossem infinitos.

Quase cinquenta anos depois da publicação deste documento, percebe-se que a relação do ser humano com os outros seres vivos do Planeta se agravou ainda mais, já que em 1972 os ecologistas alertavam para os danos que seriam causados ao Planeta Terra, caso o ser humano não mudasse os seus hábitos de consumo desenfreado e a destruição dos existentes no mundo.

Em 1885 o Cacique Seattle já declarava em carta aos EUA que “Tudo quanto fere a Terra, fere também aos filhos da terra.”, no momento em que o presidente deste país fez uma proposta de comprar as terra dos norte americano. Evidentemente que este país danoso à vida como sempre foi, desconsiderou este alerta e investiu pesadamente na destruição do que existia localmente e também por todos os lugares onde o imperialismo norte americano tem provocado a morte, evidentemente em nome de um desenvolvimentismo que coloca em risco a continuação das diversas formas de vida no Planeta Terra.

A destruição da vida provocada pelo ser humano em grande maioria “o homem”, como disse Jung, que “Nós precisamos entender melhor a natureza humana, porque o único perigo real, que realmente existe é o próprio homem.” E que podemos acrescentar a este pensamento de Jung que o “ homem” na sua ânsia de exploração e ganância pelo lucro a qualquer custo, não tem se sensibilizado, mesmo que custe a vida de outros seres vivos inclusive a vida humana.

A destruição das florestas, segundo os cientistas, tem causado esses grandes danos à e à vida e provocado inúmeras doenças virais transmitidas por vírus que antes habitavam ambientes naturais e que tinham contatos apenas com os animais autóctones. As chamadas doenças zoonóticas — incluindo , HIV, influenza e os vírus ebola, zika e nipah se originam de micróbios que vivem na natureza e podem infectar humanos. Morcegos, aves, primatas e roedores são fontes comuns de transmissão.

As diversas florestas existentes no mundo, uma vez destruídas, têm causado inúmeros prejuízos às outras vidas no Planeta, inclusive à vida humana. Torna-se necessária e urgente uma relação de respeito entre os diversos seres vivos que habitam este Planeta. É primordial que haja o equilíbrio entre homens, e a natureza.

Além dessas doenças virais, inúmeras doenças foram causadas ao ser humano decorrentes da falta de contato com a natureza. Devido a um número expressivo de pessoas que chegavam aos consultórios de psicologia com sintomas diversos, foi observado por alguns psicólogos que a causa desses sintomas estava relacionada com a desconexão do ser humano com a natureza. Daí surgiu a denominação de uma nova patologia psicológica a Ecopsicopatologia e a necessidade de uma investigação, daí surgiu a Ecopsicologia.

Segundo o Dr. Marco Aurélio Bilibio, precursor da Ecopsicologia no , a qual parte do pressuposto que o contato com o ambiente natural estimula a relação com as partes menos conhecidas e mais vitais de nós mesmos. Esses elementos são indispensáveis para a completa realização pessoal do ser humano. Por isso, promove um caminho de crescimento pessoal que evidencia a autenticidade e os reais propósitos de vida a cada um e a cada uma, conectando-os/as a uma consciência ambiental que nos faz reencontrar a nossa ligação com o mundo natural.

Ao perder a conexão com o ambiente, ou seja, com as nossas raízes, as nossas origens, perdemos também a nossa capacidade de entrar em contato com o nosso ambiente interno, com a nossa raiz interior, com a nossa alma. Por isso, é importante trabalhar tanto com o componente psíquico, como o ecológico para sanar o nosso equilíbrio interior.

O ser humano é apenas um dos milhões de seres vivos existentes no Planeta Terra. Este faz parte de uma comunidade de vida e não pode se sobrepor buscando eliminar as outras vidas existentes na imensa diversidade da fauna, da flora e de todos os seres do universo. A destruição das outras espécies pressupõe a destruição da espécie humana.

Segundo a Carta da Terra, os seres humanos têm o direito de usufruir dos bens naturais, mas com o dever de prevenir os danos ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas. O que vem ocorrendo nos dias atuais é a sobreposição do lucro em detrimento à preservação da vida. Vandana Shiva defende que “A vida deve está no centro das decisões políticas, sociais e econômicas”, mas o que move as decisões políticas e sociais são as decisões econômicas, tanto no Brasil como no resto do mundo.

O momento em que vivemos requer um salto de consciência do ego ao eco para a manutenção da sobrevivência das espécies, inclusive da espécie humana. Precisa-se aprender com os que o ser humano tem o mesmo DNA dos outros animais, e é interdependente dos outros seres, assim como é terra, água, ar e florestas.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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