SALSICHA

A CADA SALSICHA CONSUMIDA, MENOS 15 MINUTOS DE VIDA

A cada salsicha consumida, menos 15 minutos de

Em toda festa caseira, em toda porta de , em toda praça brasileira, do Chuí ao Caburaí, as chances são grandes de se encontrar um suculento quente, essa mistura sedutora de salsicha com pão, farto molho de tomate e, claro, muita batata palha. Tudo industrializado, off course!

Por Eduardo Pereira

Qual o problema? Em publicado pelo conceituado British Medical Journal, pesquisadores indicaram que a salsicha, esse embutido industrializado, presente nas geladeiras das casas de todos os continentes, reduz em 15 minutos a vida humana a cada unidade consumida.

O estudo corrobora o alerta da Organização Mundial de (OMS), de que o consumo de processados com produtos químicos, como os nitritos e nitratos de sódio, como as salsichas, tem alto poder carcinogênico, ou seja, pode trazer um câncer para a sua existência.

Por outro lado, o método de defumação, usado para prolongar a validade do produto, utiliza o alcatrão, presente na fumaça do carvão. Embora pouco se saiba sobre os impactos desse processo na saúde humana, entre os pesquisadores há consenso de que a defumação é capaz de danificar a estrutura do DNA das células, dando a mutações genéticas que, por sua vez, também podem causar câncer.

A boa notícia é que, no mesmo estudo, a pesquisa indica que o café, ao contrário da salsicha, prolonga a vida humana. Duas ou três xícaras de café por dia, e as chances são de que você fique pelo menos mais um ano no espaço físico deste nosso .

Eduardo Pereira – Sociólogo
@weiss_guru

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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