A lenda da borboleta azul
Diz a lenda oriental da borboleta azul que, há muitos e muitos anos, um homem ficou viúvo e teve que cuidar de suas duas filhas, meninas muito inteligentes e curiosas.
Por Lúcia Resende
Constantemente, essas duas criaturas enchiam o pai de perguntas que ele nem sempre sabia como responder. Por essa razão, nas férias, o pai mandou as meninas para o topo de uma colina, para conviver e aprender com um sábio que lá vivia.
Espertas, elas decidiram testar o conhecimento (e a paciência) do sábio. Queriam muito fazer pelo menos uma pergunta que ele não soubesse responder.
Uma das irmãs, a mais velha, saiu então caminhando pelo morro em busca de uma artimanha. Voltou depois de uma hora, com alguma coisa escondida no avental.
Ansiosa, a outra irmã, a mais nova, perguntou à mais velha o que trazia ela. A irmã mais velha abriu o avental e mostrou o que tinha trazido do campo: uma linda borboleta azul.
Ante a pergunta da mais nova – O que essa borboleta tem a ver com o sábio? – a irmã explicou que a borboleta azul seria a pergunta-armadilha que ambas fariam ao mestre.
– Quando a gente for para nosso encontro com o mestre, vou perguntar a ele se a borboleta que trago na minha mão está viva ou morta. Se ele disser que está viva, eu apertarei minha mão bem forte e a matarei. Se disser que está morta, eu a deixarei voar.
As meninas foram, então, para o encontro com o sábio.
– Mestre, disse a mais velha, trago em minha mão uma borboleta. Pode me dizer se ela está viva ou morta?
“Depende de você, ela está em suas mãos. Da mesma forma que a vida dessa borboleta, aprender comigo o que posso lhe ensinar ou voltar pra casa sem nenhum conhecimento novo depende apenas de você”, disse o metre às meninas incrédulas com tanta sabedoria.
Lúcia Resende – Professora. Lenda reescrita com base nas várias versões disponíveis na Internet. Foto: Divulgação/Internet.