A LENDA DOS TUIUIÚS

A Lenda dos Tuiuiús – os Tuiuiús (ou jaburus) são as aves símbolo do Pantanal.

Diz a lenda que, num passado muito distante, essas aves eram alimentadas por um casal de índios e que, após a morte, foram enterrados no local onde os Tuiuiús costumavam comer.

Inconformados e famintos, as aves passaram dias e dias sobre o monte de terra que cobria os corpos do casal de índios, esperando que de lá saísse o alimento de todos os dias.

Como isso não aconteceu, a tristeza tomou conta deles de vez. É por esse motivo que os Tuiuiús têm essa aparência tão triste e fixam sempre o olhar para solo como se estivessem procurando algo.

Fonte: silnunesprof.

Com edições da Redação da Socioambiental.

SOBRE O TUIUIÚ

Tuiuiú – a ave símbolo do Pantanal

 
A LENDA DOS TUIUIÚS
Reprodução/Internet

Tuiuiú ou jaburu (Jabiru mycteria)

tuiuiú é conhecido também por jaburu, jabiru, tuiuguaçú, tuinim, tuim-de-papo-vermelho (Mato Grosso), cauauá (), tuiuiú-coral e jaburu-moleque.
 
A palavra “jaburu” em é uma alusão ao modo de andar da ave, “da que é inchada”.

É encontrada desde a Região Norte até São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e , e desde o México até o Paraguai, o Uruguai e o norte da Argentina, sendo que as maiores populações estão no Pantanal e no Chaco Oriental no Paraguai.
Mas principalmente no estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no se encontra mais de 50% de sua população mundial, sendo considerado o símbolo do Pantanal.
Vive em grande quantidade também no de Goiás na região do  e lagos próximos.

 
A LENDA DOS TUIUIÚS
Foto de Carlos Ravazzani
 

O Tuiuiú é uma ave de corpo robusto, o bico, grosso e afilado na ponta, tem 30 cm de comprimento. O pescoço é preto e a parte do papo, dotada de notável elasticidade, é vermelha. A cor predominante das penas no indivíduo adulto, é branca.

O voo do Tuiuiú

O Tuiuiú é a maior ave voadora da planície pantaneira. É uma cegonha; como tal, voa com seu pescoço e pernas esticados, ao contrário das garças e seus pescoços encolhidos durante o vôo. Com até 1,60m de altura e até 3m de envergadura (medida de uma ponta da asa aberta à outra), utiliza-se, principalmente, das correntes de ar quente ascendentes para voar. Nesses vôos, destaca-se pelas penas brancas da cauda e asa, em contraste com o pescoço, cabeça, bico e pés negros, além do seu maior tamanho, em relação às outras aves na mesma corrente de ar.

Esses deslocamentos podem ser de poucos até centenas de quilômetros. Percorre as distâncias maiores quando as condições locais alteram-se, devido à flutuação natural do ciclo de águas, fazendo escassear as fontes de alimento.
Alimenta-se de , caramujos, e filhotes de jacaré, embora também coma  e pequenos vertebrados terrestres, de forma ocasional.

O seu período de reprodução coincide com a baixa das águas, momento em que muitos peixes ficam presos nas lagoas baías e corixos, facilitando sua pesca. Nesta época, o ►muçum-peixe (Symbranchus marmoratum) semelhante a moréia, e a ►traíra (Hoplias malabaricus) são as principais presas levadas aos filhotes, bem como o grande caramujo aquático pulmonado(Pomacea).
 
A LENDA DOS TUIUIÚS
Foto de Daniel de Granville
 
 
 

 

 

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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