A Lenda dos Tuiuiús – os Tuiuiús (ou jaburus) são as aves símbolo do Pantanal
Diz a lenda que, num passado muito distante, essas aves eram alimentadas por um casal de índios e que, após a morte, foram enterrados no local onde os Tuiuiús costumavam comer.
Por Elma Carneiro/caliandradocerrado
Inconformados e famintos, as aves passaram dias e dias sobre o monte de terra que cobria os corpos do casal de índios, esperando que de lá saísse o alimento de todos os dias.
Como isso não aconteceu, a tristeza tomou conta deles de vez. É por esse motivo que os Tuiuiús têm essa aparência tão triste e fixam sempre o olhar para solo como se estivessem procurando algo.
Tuiuiú ou jaburu (Jabiru mycteria)
É encontrada desde a Região Norte até São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e Bahia, e desde o México até o Paraguai, o Uruguai e o norte da Argentina, sendo que as maiores populações estão no Pantanal e no Chaco Oriental no Paraguai.
Mas principalmente no estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no Brasil se encontra mais de 50% de sua população mundial, sendo considerado o símbolo do Pantanal. Vive em grande quantidade também no estado de Goiás na região do Rio Araguaia e lagos próximos
O Tuiuiú é uma ave de corpo robusto, o bico, grosso e afilado na ponta, tem 30 cm de comprimento. O pescoço é preto e a parte do papo, dotada de notável elasticidade, é vermelha. A cor predominante das penas no indivíduo adulto, é branca.
O voo do Tuiuiú
O Tuiuiú é a maior ave voadora da planície pantaneira. É uma cegonha; como tal, voa com seu pescoço e pernas esticados, ao contrário das garças e seus pescoços encolhidos durante o voo.
Com até 1,60m de altura e até 3m de envergadura (medida de uma ponta da asa aberta à outra), utiliza-se, principalmente, das correntes de ar quente ascendentes para voar.
Nesses voos, destaca-se pelas penas brancas da cauda e asa, em contraste com o pescoço, cabeça, bico e pés negros, além do seu maior tamanho, em relação às outras aves na mesma corrente de ar.
Esses deslocamentos podem ser de poucos até centenas de quilômetros. Percorre as distâncias maiores quando as condições locais alteram-se, devido à flutuação natural do ciclo de águas, fazendo escassear as fontes de alimento.
Alimenta-se de peixes, caramujos, e filhotes de jacaré, embora também coma insetos e pequenos vertebrados terrestres, de forma ocasional.