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A questão da Amazônia consiste na defesa dos Povos da Floresta

A QUESTÃO DA AMAZÔNIA

A questão da Amazônia consiste na defesa dos Povos da Floresta.

Consideramos a questão da Amazônia um problema sério, que não passa mais, hoje, pelo discurso, e sim pela prática que temos que desenvolver daqui pra frente. 

Por Chico Mendes 

A Amazônia está ocupada. Em todos os recantos há índios, há gente trabalhando, tirando borracha e, ao mesmo tempo, lutando pela conservação da natureza. Queremos propiciar uma política que garanta o futuro desses trabalhadores [e dessas trabalhadoras], que há séculos vivem na Amazônia e a tornam produtiva ao mesmo tempo. 

Enquanto existirem índios e seringueiros na selva amazônica, há esperança de salvá-la. Esperamos que as pessoas que lutam em defesa da Amazônia possam realizar um trabalho que, de fato, consiga trazer uma esperança. 

Acredito que cada um [e cada uma] de nós tem uma missão e um compromisso muito importante em relação à defesa desta região. Essa luta não é só dos trabalhadores [e das trabalhadoras]: ela é de toda a sociedade brasileira. 

A QUESTÃO DA AMAZÔNIA
Foto: João Roberto Ripper

Chico Mendes (1944-1988) – Herói do Brasil. Assassinado em Xapuri, Acre, em 22 de dezembro de 1988.  Embora hoje a terminologia usada pelos movimentos sejam povos indígenas ou indígenas, optamos por manter a linguagem original de Chico Mendes, que correspondia à linguagem e ao entendimento da época em que Chico viveu. 

 
 
 
 
 

Respostas de 2

  1. A Amazônia é uma região rica em diversidade humana e natural. A presença de povos indígenas e comunidades tradicionais, como os seringueiros, é fundamental para a sua preservação. Essas populações têm um conhecimento ancestral da floresta e um modo de vida sustentável, que contribui para a conservação da biodiversidade e dos recursos naturais.

    A luta pela Amazônia é uma luta de todos nós. É preciso garantir o futuro dessas comunidades, que dependem da floresta para sua sobrevivência, e promover um modelo de desenvolvimento que seja socialmente justo e ambientalmente responsável. A preservação da Amazônia é essencial para o equilíbrio climático do planeta e para o bem-estar de toda a humanidade.

    A esperança de salvar a Amazônia reside na união de esforços entre os diversos atores sociais, incluindo o governo, a sociedade civil, as empresas e as comunidades locais. É preciso fortalecer as políticas públicas de proteção ambiental, promover a pesquisa científica e o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, e garantir a participação efetiva das comunidades na gestão dos recursos naturais.

    Cada um de nós tem um papel importante a desempenhar nessa luta. Podemos apoiar as organizações que trabalham em defesa da Amazônia, consumir produtos de origem sustentável, reduzir nosso impacto ambiental. Juntos, podemos construir um futuro mais justo e sustentável para a Amazônia e para o planeta.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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