Adeus Elza Soares, Estrela da Resistência
Por Rosilene Corrêa
Elza Soares, a “Mulher do Fim do Mundo” escolheu o 20 de janeiro, dia de São Sebastião, para embarcar nas asas da quimera, rumo aos mistérios do infinito. Depois de uma longa vida de incessantes lutas, Oxóssi concedeu a ela o divino privilégio de morrer serena, em paz, no aconchego de sua casa, no Rio de Janeiro.
Entristecido, o Brasil honra a memória de sua estrela-purpurina de tanto brilho, guerreira de tantas lutas. Enlutadas, nós mulheres todas nos sentimos um pouco órfãs da força cósmica dessa mulher gigante, força motora da consciência negra, que conquistou, na voz e na raça, o direito de botar a boca do trombone contra todo e qualquer tipo de violência e opressão.
“Precisamos ter consciência de que muitas mulheres morreram para que pudéssemos ficar vivas, termos liberdade de escolher e fazer o que quisermos”, disse a feminista Elza, que também se fez voz ativa contra o racismo, o machismo, o feminicídio, a homofobia. Não serão os fáceis os dias sem Elza, mas, também por ela, seguiremos lutando, resistindo e esperançando.
Adeus Elza Soares, Estrela da Resistência!
Rosilene Corrêa – Diretora do Sinpro/DF.
Capa: BBC. Foto Rosilene: Acervo Sinpro/DF.