Zero Isopor e zero plástico descartável em Fernando de Noronha

Agora é lei: Zero Isopor e plástico descartável em Fernando de Noronha

Por: Deise Aur – greenme

Em Fernando de Noronha, desde dezembro de 2018, entrou em vigor a proibição da comercialização e do uso de produtos descartáveis de plásticos como: canudos, talheres, copos, sacolas plásticas, embalagens e recipientes descartáveis feitos de isopor e garrafas de bebidas de até 500 ml.
Aproximadamente 2,6 mil moradores da ilha e cerca de 100 mil turistas estarão sujeitos a essa norma.
Essa medida está sendo implantada por meio de um decreto assinado pelo administrador geral do distrito estadual de Fernando de Noronha, Guilherme Rocha. O propósito dessa norma é reduzir o lixo nesta Ilha, ajudando a solucionar o problema da ambiental.

Implementação

Segundo disse Guilherme Rocha, em entrevista para a Folha de São Paulo, antes dessa lei entrar em vigor, houve orientação, conscientização e adequação dos moradores, turistas e empresários.

A fiscalização do cumprimento dessa lei ficará à cargo das Superintendências de Saúde, através da Vigilância Sanitária e de da Autarquia Territorial Distrito Estadual de Fernando de Noronha.

Foi dado um prazo de 120 dias, contados a partir da publicação em 13/12/2018,  para que os estabelecimentos se adequassem e pudessem conciliar suas atividades com a nova norma.

Essa nova medida vem para cumprir o Termo de Compromisso Ambiental (TCA) estabelecido com o Ministério Público de Pernambuco, visando reduzir o uso de embalagens, sacolas e descartáveis plásticos e efetivando o objetivo da Política Nacional e Estadual de no arquipélago de Fernando de Noronha.

Sanções

As penalidades pela infração dessa lei irão desde notificações até apreensão de material, multas e cassação do alvará.

Quem infringir a lei receberá inicialmente notificação e será orientado à nova regra, se houver reincidência, será aplicada uma multa de três salários mínimos, no caso de comerciantes, e de um salário mínimo em se tratando de habitantes e turistas.

“Diante de todos os apelos ambientais que o vive, a ilha é a que mais incorpora a filosofia da preservação do meio ambiente”, comentou Guilherme Rocha, em entrevista ao jornal Diário de Pernambuco.

Exceções

Em apenas seis casos, será permitido uso do plástico descartável, de acordo com esse novo decreto e são os seguintes:

  • uso de materiais hospitalares
  • filme plástico usado em estabelecimentos comerciais, devido às normas sanitárias
  • sacos plásticos para descarte e coleta seletiva de lixo hospitalar e lixo sólido urbano
  • garrafas plásticas de bebidas acima de 500 ml
  • caixas de isopor não descartáveis e reutilizáveis para transporte de alimentos, bebidas e outros produtos

Leia na íntegra

Veja AQUI o Decreto Distrital nº 002 de 12 de Dezembro de 2018 que se encontra na página 10, do Diário Oficial de Pernambuco.

Meta

Respaldando essa nova lei, que passa agora a vigorar em Fernando de Noronha, Guilherme Rocha declarou:

“Depois de 120 dias de adequação, Noronha agora entra de forma ativa no combate à poluição, por meio da proibição dos plásticos descartáveis.

Devemos a partir de agora repensar os nossos hábitos e fazer as substituições necessárias, porque isso vai refletir em um local ambientalmente correto e, consequentemente, na melhoria da qualidade de dos ilhéus.

Isso é apenas o começo de uma nova era para o arquipélago, porque a intenção é banir o plástico de uma forma geral na ilha, nos próximos anos.

Noronha, dessa forma, vai servir de exemplo para muitos outros lugares.”

Menos plástico, mais vida!

Realmente, pelos prejuízos que vem causando à vida e ao meio ambiente, tornou-se uma necessidade urgente reduzir e até eliminar o uso do plástico, em nosso dia a dia

Cada um de nós pode contribuir para isso, utilizando materiais ecológicos e sustentáveis no lugar do plástico, abolindo, na medida do possível, o uso do plástico, reutilizando o que der e encaminhando para reciclagem todo o plástico passível de reciclagem.

Fonte: https://www.greenme.com.br/informar-se/lixo-e-reciclagem/7913-zero-isopor-plastico-descartavel-fernando-de-noronha?fbclid=IwAR31N0V4EERUbH9aGIa-r6WmKY7bWYXGDWWsruffX0BAP3lHtZXs45YorvM

Foto interna: Revista Sagarana

fernando noronha historia 5 Revista Sagarana

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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