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Aldeia indiana comemora o nascimento de meninas com plantio de árvores

Aldeia indiana comemora cada nascimento de meninas com plantio de 111 árvores

A iniciativa faz parte de um pacote de medidas criadas pelas autoridades governamentais para reduzir a quantidade de abortos de bebês do sexo feminino. Devido a alguns dogmas religiosos, a tende a se tornar um fardo para algumas famílias. Mas, isso não acontece mais em Piplantri.

Logo após o nascimento, a família se compromete a realizar o plantio. O processo não para por aí. Como o intuito é valorizar as e preservar a e juventude, os país também precisam cuidar das mudas até que elas estejam maduras e assinar uma declaração garantindo que as filhas não se casarão até os 18 anos de idade. Em troca, a família recebe uma espécie de poupança, como ajuda financeira par ao futuro.

“A menina é considerada um fardo, pois na maior parte do de Rajastão, como em muitas outras partes do país, o casamento é uma proposta cara. A proposta era dar aos pais uma sensação de financeira”, explicou o ex-sarpanch (autoridade local), Shyam Sundar Paliwal, em declaração ao site Hindustan Times.

Paliwal foi o responsável por iniciar este , em 2006. Segundo ele, a família recebe 31 mil rúpias. Dois terços do dinheiro é obtido através de doações feitas pelos próprios aldeões e o restante é disponibilizado pelo governo.

Desde 2010 a medida não é mais obrigatória, mas ainda assim boa parte da população continua a colocá-la em prática. Este é o caso de Gehrilal Balai. No último ano o indiano plantou as 111 árvores pelo nascimento de sua filha. A sensação foi tão boa que ele comparou a alegria do cuidado com as plantas ao momento em que ele coloca a filha para dormir. Para dar continuidade, ele disse que plantará uma árvore a cada aniversário da menina.

ANOTE AÍ:

Fonte originária desta matéria: Redação CicloVivo http://ciclovivo.com.br

Aldeia indiana comemora cada nascimento de meninas com plantio de 111 árvoresLogo após o nascimento, a família se compromete a realizar o plantio. | Foto: iStock by Getty Images

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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