Povos Isolados: Terra indígena sofre invasão

Povos Isolados: Terra indígena sofre invasão 

Lideranças do Vale do Javari denunciam invasão de missionário norte-americano à terra indígena onde há povos isolados.

A fotografia acima mostra indígenas Korubo contatados em 1996 pela Funai, na área dos rios Ituí e Itacoaí, no , em 1996

13043460 1063823553682740 510334649613372171 n Por: Elaíze Farias 

Manaus (AM) – A organização União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) denunciou às autoridades brasileiras que o missionário evangélico norte-americano Andrew Tonkin ingressou ilegalmente na região onde vivem indígenas isolados nas margens do rio Itacoaí, dentro da Terra Indígena Vale do Javari, no extremo oeste do Amazonas, fronteira do Brasil com o Peru. A denúncia foi registrada no dia 24 de setembro deste ano em uma carta enviada à Fundação Nacional do Índio (Funai). Até o momento, a Funai não informou se tomou providências para expulsar o religioso que, segundo os indígenas, pretende fazer contato com os isolados Korubo, povo em situação de alta vulnerabilidade territorial e sociocultural.

Segundo a Univaja, indígenas do povo Matís, que transitam regularmente no território, relataram à organização que abordaram o religioso Andrew Tonkin no dia 19 de setembro. Tonkin estava acampado às margens do rio Itacoaí.

“Tonkin estava acompanhado de um pastor indígena da etnia Mayoruna do lado do Peru”, contaram os Matís à Univaja. Os indígenas Mayoruna são binacionais, pois possuem territórios tanto no Brasil quanto no Peru. No Brasil, seu território fica no Vale do Javari.

O presidente da Univaja, Paulo Marubo, disse à agência Amazônia Real que a organização comunicou a entrada ilegal de Andrew Tonkin na TI Vale do Javari, mas até o momento não recebeu uma resposta sobre quais providências a Funai vai tomar. Na semana passada, Paulo Marubo voltou a fazer a denúncia sobre a presença do missionário nas , pedindo ajuda das autoridades brasileiras.

 

Amazônia Real apurou que Tonkin integra uma missão chamada Frontier Internacional, dos . Seu perfil é exibido no site da instituição religiosa. Ele é descrito como uma pessoa que “faz trabalho missionário há mais de onze anos na bacia amazônica e que seu trabalho consiste no plantio de igrejas indígenas e no trabalho da missão de crescimento da igreja”.

A instituição religiosa Frontier International afirma, no site, ser um ministério independente da missão Batista Livre, “dedicado a realizar missões culturais entre os americanos nativos da América do Norte e grupos de povos indígenas da América Central e do Sul”. No site, a instituição mostra outros missionários que atuam na Amazônia, com foco na região do Alto Solimões e nas de Benjamin Constant e Atalaia do Norte. “Nosso coração e objetivo no ministério é alcançar os não alcançados entre os povos indígenas do Vale do Javari”, relata um casal de missionários norte-americanos que também é membro da igreja.

Amazônia Real entrou em contato por e-mail com a Frontier International para saber a respeito da atuação de Andrew Tonkin, mas a missão religiosa não respondeu até a publicação desta matéria.

No comunicado da Univaja enviado à Funai no dia 24 de setembro, a organização indígena diz que Andrew Tonkin entrou na TI Vale do Javari sem anuência dos indígenas, agindo com “uma falta de respeito e agressão às autoridades”.

“A Univaja é totalmente contra o proselitismo religioso no interior de nosso território, considerando que nós povos da floresta temos nossos códigos e crenças milenares e nunca foi tão necessário preservá-los”, dizia o comunicado da Univaja.

Em um depoimento enviado à Funai, o qual a Amazônia Real teve acesso, um pastor indígena (que pediu para não ter o nome revelado nesta reportagem) disse que participou de uma reunião com pastores evangélicos norte-americanos na cidade de Letícia, na Colômbia, fronteira com Tabatinga, no Amazonas. Ele disse que Andrew Tonkin estava presente e, na ocasião, o norte-americano revelou que chegou a ficar a 300 metros das áreas dos indígenas isolados durante a expedição realizada em setembro.

”Andrew relatou que usava um GPS (sistema de navegação por satélite), rádio e carregava espingarda e celular na expedição. O missionário, no entanto, não teria completando seu objetivo de fazer o contato com os índios isolados Korubo”, disse o pastor indígena.

Na reunião em Letícia, segundo o pastor indígena, o missionário Tonkin foi repreendido por outros pastores. “Mas ao ser alertado sobre os riscos da aproximação com os isolados, ele respondeu: ‘nem a lei brasileira e nem a Funai vão impedir a obra de Deus’”, diz o pastor indígena.

Não é a primeira vez que missionários invadem territórios indígenas de grupos isolados, cuja proximidade é proibida até mesmo com povos contatados.

No início de 2019, o missionário norte-americano Steve Campbell foi acusado de entrar no território dos índios isolados Hi-Merimã, no sul do Amazonas, acompanhado de um guia local. Ele chegou a ser interrogado pela Funai, mas os desdobramentos da investigação não foram divulgados até o momento pelo órgão indigenista.

Avanço de missionários

Paulo Marubo confirmou à Amazônia Real a veracidade do depoimento do pastor indígena sobre a reunião em Letícia, na Colômbia. Ele contou que alguns religiosos alertaram o missionário Andrew Tonkin sobre os riscos do contato com os isolados. Segundo Marubo, os riscos seriam tanto para os indígenas quanto para o religioso, que poderia ser atacado pelos Korubo, em sinal de revide.

“O problema é que alguns [missionários] falam que não se importam com isso [ameaça]. Dizem que querem pregar a Bíblia e que não se importam se forem mortos. Que seus nomes ficarão conhecidos por isso”, afirmou o líder indígena.

A liderança Manoel Chorimpa, do povo Marubo, afirmou à Amazônia Real que Andrew Tonkin tenta há dois anos “enfrentar a barreira da Funai”.

“Ele está sempre por aqui, com o planejamento de entrar na terra dos isolados, dos Korubo. Se isso acontecer, ele pode levar contagiosas para os indígenas. Já comunicamos, mas a Funai não tomou providências, ainda mais do jeito que está, com falta de recursos, sem condições para nada”, afirmou o indígena.

Chorimpa disse que o ingresso de Andrew Tonkin no Vale do Javari faz parte de um avanço de missionários no território indígena nos últimos anos.

“Antes tinha a Missão Novas Tribos do Brasil, que já havia contatado os Marubo e os Mayoruna. Agora tem Testemunha de Jeová, Assembleia de Deus, Batista. Eles se aproveitam que os órgãos públicos que atendem os indígenas não têm recursos. Então, oferecem serviços, ajuda, constroem poços artesianos; também falam que vão traduzir a Bíblia para a língua indígena. Se aproveitam da fragilidade da Funai”, afirma Chorimpa.

A liderança Yura Marubo ressaltou que também é contra a presença de missionários. Ele afirmou à reportagem que “por mais de 70 anos os povos indígenas do Vale do Javari receberam missionários em suas terras e que estes em nada contribuíram”.

“O que aconteceu foi uma profunda transformação no modo de vida dos indígenas, causando sérios problemas e a mudança drástica da cultura em relação como era antes. Hoje ficamos estarrecidos que missionários continuam fazendo trabalho devastador sem autorização dos povos indígenas, assim como das autoridades. É necessário tomar muito cuidado com essa gente, uma vez que adentrar para filmar, tirar foto, com isolados, pode ser mais uma chacina velada”, afirmou.

Segundo Yura, o Vale do Javari “não é terra de aventureiros e de missionários mal intencionados que entram para se promover”. “Não aceitamos isso, estamos mais vigilantes. Queremos que ele (Tonkin) seja punido pelas leis brasileiras”.

Funai tem protocolo de ingresso

MAPA TI VALE DO JAVARI FUNAI
Mapa da TI Vale do Javari (Funai)

Para que os não-indígenas entrem em território indígena, a Funai exige que se cumpra uma série de regras. O ingresso deve ser protocolado na fundação. Pesquisadores e jornalistas brasileiros ou estrangeiros, por exemplo, devem solicitar autorização à Presidência do órgão com a anuência dos povos indígenas. Existem duas normas que disciplinam o caso. A primeira tem finalidade específica à pesquisa científica, Instrução Normativa no. 01, da Presidência da Funai, em 29/11/1995. A segunda é a Portaria no. 177, da Presidência da Funai, em 16 de fevereiro de 2006, que visa o respeito aos povos indígenas, a proteção de seu material e imaterial relacionados à imagem, criações artísticas e culturais. A entrada de missionários evangélicos também precisa ter autorização da Funai e dos indígenas.

O indigenista aposentado Armando Soares, que atuou como chefe da Frente de Proteção Etnoambiental na TI Vale do Javari entre 2003 e 2006, conta que “a Terra Indígena é de usufruto exclusivo dos povos indígenas e que, como patrimônio da União, é necessária a autorização da Funai e das Coordenações Regionais do órgão”. As Frentes de Proteção Etnoambiental são organismos da estrutura da Funai que atuam no monitoramento e proteção dos indígenas isolados.

“Além de pescador, garimpeiro, madeireiro, traficante de droga, as comunidades indígenas do Vale do Javari ainda têm que enfrentar as ameaças desses pastores que insistem em invadir e tentar contatar os isolados à revelia da Funai e do movimento indígena. A gente percebe que são pessoas que têm acesso à literatura, que sabem das consequências de um contato para a saúde dos isolados. São pessoas que sabem que vão criar um problema e oferecer risco de morte aos indígenas”, avaliou Armando Soares.

Ele alerta que a única barreira é a presença do Estado e da Funai no território e o cumprimento dos ritos administrativos de acesso, desde que os indígenas autorizem.

“O problema é que as comunidades indígenas não contam com os recursos necessários para barrar [os invasores]. Muitos acabam entrando na conversa dos caras, que oferecem presentes, brindes, serviços, um monte de coisa”, diz Soares.

Armando diz que a presença de missionários é recorrente e que somente quando a Funai tiver recursos financeiros para se deslocar até as áreas é que será possível retirá-los. Outra medida é denunciar à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal.

“Na época em que eu estava no Vale do Javari, soubemos de um missionário que tentava fazer contato com os isolados Flecheiros do rio Jandiatuba. Fui à Policia Federal que acabou nem ido lá. Soube depois que o missionário desistiu do contato com os Flecheiros”, contou.

No início deste ano, o governo de Jair Bolsonaro realizou uma grande expedição de contato com um grupo de indígenas isolados Korubo. Segundo a Funai, o objetivo foi “proteger a integridade física dos indígenas isolados Korubo do rio Coari e do povo Matis” e promover a dissolução de uma tensão entre os dois grupos”. “A atividade também atendeu a demanda do grupo Korubo, contatado pelos Matis em 2015, de rever seus familiares que permaneceram isolados sem qualquer sinal de que estavam bem e sob risco iminente”, informou a Funai.

Vale do Javari é a segunda maior terra indígena do país, com 8,5 milhões de hectares. O território tem a maior quantidade de registros de povos isolados do Brasil: são 10 referências confirmadas e quatro em estudos, segundo a Funai. Os povos contatados são Marubo, Matís, Mayoruna, Kanamari, Kulina e Tyohom Djapá (este de recente contato) e alguns grupos de Korubo.

O território possui quatro Bases de Proteção Etnoambiental, como são chamadas oficialmente, e estão localizadas nos rio Ituí-Itacoaí, rio Jandiatuba, rio Curuçá e rio Quixito.

Trata-se também de uma região que sempre esteve vulnerável à invasões por causa da de recursos naturais e áreas preservadas, mas desde as eleições de Jair Bolsonaro os ataques ao território ficaram mais intensos e mais explícitos. Os indígenas relatam que cresceu o número de garimpeiros, madeireiros, fazendeiros, pescadores e caçadores de animais silvestres.

No dia 22 de dezembro de 2018, a Base de Proteção Índios Isolados Ituí-Itacoaí foi atacada a tiros por invasores. Em 2019, a situação ficou mais tensa com o discurso anti-indígena de Jair Bolsonaro e o emparelhamento ruralista do órgão indigenista.

No dia 21 de setembro deste ano, a mesma Base Ituí-Itacoaí foi novamente alvo de tiros. Foi o sexto ataque, desde o final de 2018, segundo a Univaja.

Os ataques de setembro aconteceram 15 dias após o assassinato do funcionário da Funai, Maxciel Pereira dos Santos, ocorrido em Tabatinga, cidade vizinha de Atalaia do Norte, onde está localizada a Terra Indígena Vale do Javari. O crime é investigado pela Polícia Federal. Até o momento não foi divulgado o motivo do crime e os nomes dos autores do assassinato.

De acordo com Manoel Chorimpa, desde o assassinato de Maxciel, a Funai teve seu quadro técnico reduzido no Vale do Javari.

“Foram embora cinco funcionários da Funai. Se sentiram inseguros. Na Base Ituí-Itacoaí há apenas dois servidores. A maioria das pessoas que estão na base são colaboradores indígenas: Marubo, Kanamari e Mayoruna. Mas as bases ficaram sem . Tudo está em risco, as barreiras contra invasão diminuíram”, disse.

A Funai vive hoje seu pior momento, com avanço de desmonte e controle total da estrutura do órgão por diretores apoiados por ruralistas e contrários à de terra indígena.

Em julho deste ano, a presidência da Funai foi ocupada pelo delegado da Polícia Federal Marcelo Augusto Xavier da Silva. Ele foi assessor da bancada ruralista na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Funai, cujo relatório recomendou a revisão das demarcações de terras indígenas e criminalização de indigenistas e lideranças indígenas. Silva ficou no lugar do general da reserva do Exército Franklimberg de Freitas, do Amazonas, que foi demitido em junho, após pressão da bancada ruralista no Congresso Nacional. Freitas já havia comandando a Funai em 2017 e 2018.

O que dizem Funai e missionário?

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Foto feita por Andrew Tonkin do Rio Itacoaí (Reprodução: Facebook)

Amazônia Real procurou a Funai para saber as providências acerca da denúncia das lideranças do movimento indígena do Vale do Javari a respeito do missionário, mas até o momento o órgão indigenista não respondeu. A reportagem também indagou sobre a presença de outras missões no território, se o órgão tem controle sobre essas atuações e se os missionários possuem autorização, mas a Funai também não respondeu. A fundação também não enviou respostas a respeito a estrutura técnica da Funai na Terra Indígena Vale do Javari e sobre a redução do quadro de servidores nas Bases de Proteção informada por Manoel Chorimpa.

A reportagem fez contato com Andrew Tonkin por meio de suas redes sociais, com envio de mensagens, pedindo uma entrevista e a sua versão, mas ele ainda não respondeu. Em seu perfil no Facebook, o missionário diz que mora em Atalaia do Norte desde 2014. Sua última postagem pública é do mês de agosto deste ano. Em seu perfil, ele compartilha mensagens motivacionais religiosas [em inglês] e fala de seu trabalho, mas não dá informações sobre sua atuação na TI Vale do Javari.

Amazônia Real também procurou o Ministério Público Federal no Amazonas para saber se há procedimento instaurado sobre missionários evangélicos em terras indígenas e na TI Vale do Javari e se está investigando especificamente a presença de Andrew Tonkin. Quando o MPF enviar a resposta, será acrescentada nesta matéria.

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Índios Korubo que fizeram contato em 2015 (Foto: CGIIRC/Funai)

Fonte: Amazônia Real
 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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