ATO EM BRASÍLIA DEFENDE PISO DIGNO PARA EDUCAÇÃO NO DIA NACIONAL DA CATEGORIA

ATO EM BRASÍLIA DEFENDE PISO DIGNO PARA EDUCAÇÃO NO DIA NACIONAL DA CATEGORIA

Hoje, quarta-feira, 6 de agosto, Dia Nacional dos Profissionais da Educação, educadoras e educadores de todo o país estarão reunidos em Brasília, em frente ao Ministério da Educação, a partir das 10h, em um grande ato nacional em defesa da educação pública.

Por CNTE/Redação 

NOSSA LUTA, NOSSA VITÓRIA
Foto: Leandro Gomes/CUT-DF

A mobilização reforça a luta pela valorização da categoria, pela realização de concursos públicos e pela aprovação do PL 2531/21, que garante o Piso Salarial dos Profissionais Técnicos e Administrativos da Educação Básica – uma medida fundamental para o reconhecimento e o fortalecimento da carreira no serviço público.

De acordo com Heleno Araújo, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), a ação coletiva é fundamental para garantir direitos que já foram conquistados em lei, mas ainda não são aplicados.

“A mobilização visa fazer valer a lei do FUNDEB que conquistamos no ano de 2007. A determinação da Lei do FUNDEB gerou a Lei nº 12.014/2009, que caracterizou quem são os/as profissionais da educação, e a Lei do PNE, que determinou até junho de 2016 termos a Lei do Piso Salarial Profissional Nacional para os/as Profissionais da Educação”, disse.

Além da defesa do piso, o projeto é parte de um conjunto de medidas necessárias para mudar a realidade da educação básica no país.

“O piso salarial é um dos indicadores da valorização dos/as profissionais da educação e terá importância se for acompanhado de concursos públicos para ingresso na carreira e a aplicação da Lei que trata do desenvolvimento na carreira. Com isto realizado no cotidiano dos sistemas de ensino, teremos condições para mudar a realidade caótica que observamos hoje na educação básica pública”, afirma Heleno.

Três Esferas

O ato também vai pautar uma agenda mais ampla de reivindicações, que incluem políticas públicas nas três esferas de governo voltadas à formação, carreira, condições de trabalho e combate às violências nas escolas.

“Queremos planos de educação nas três esferas governamentais que tratem e definam políticas para formação inicial para nossa profissão, ingresso na carreira, salários dignos para toda nossa categoria, desenvolvimento na carreira, formação continuada, a prática permanente da gestão democrática, condições adequadas de trabalho e o combate às violências no ambiente escolar”, pontua.

Aos profissionais da educação, Heleno Araújo deixa uma convocação firme.

“Vamos amigo levante e lute! Vamos levante e ajude! Vamos levante e grite! Vamos levante agora! Para não perder o que já conquistamos e fortalecer as lutas pelo que falta conquistar”.

Pautas centrais do Ato Nacional da Educação – 6 de agosto de 2025

1) Valorização de todos os profissionais da educação

Reconhecimento da importância de todos os que atuam na escola: do porteiro à direção;

Celebração do Dia Nacional dos Profissionais da Educação (instituído em 2014)

2) Aprovação imediata do PL 2.531/2021

Estabelece o Piso Salarial Nacional dos Funcionários da Educação (não docentes);

Busca dar visibilidade e reconhecimento legal aos trabalhadores não pertencentes ao magistério;

3) Combate à terceirização, mercantilização e privatização da educação pública

Denúncia do avanço dessas práticas nas redes públicas de ensino;

Defesa da educação como bem público e direito social.

4) Reforma Administrativa

Oposição ao retorno da PEC 32/2020, que ameaça direitos dos servidores públicos.

5) Rejeição à PEC 66 (a “PEC da Morte”)

Proposta que estende automaticamente a reforma da Previdência de 2019 aos estados e municípios;

Considerada um ataque aos direitos previdenciários dos servidores públicos.

Serviço

O quê: Ato Nacional da Educação

Onde: Em frente ao Ministério da Educação – Brasília

Quando: 6 de agosto (quarta-feira), Dia Nacional dos Profissionais da Educação

Por quê: Em defesa da educação pública

Horário: 10h

Fonte: CNTE

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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