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Atropelamentos ameaçam a fauna brasileira

Atropelamentos ameaçam a fauna brasileira

Cerca de 475 milhões de animais silvestres são mortos nas rodovias e estradas do todos os anos, segundo o ICMBio.

A cada ano, morrem: 430 milhões de pequenos vertebrados, como aves, anfíbios e répteis; 43 milhões de animais de médio porte, como gambás, pequenos roedores e macacos; e, também anualmente, morrem dois milhões de animais de grande porte, como onças, lobos e capivaras.

Apesar de gerar grande perda para a fauna e, muitas vezes, causar acidentes graves, com perda também de vidas humanas, muito pouco está sendo feito para evitar acidentes com os animais que se encontram em trechos de estradas ou rodovias de alto risco.

Um levantamento do Instituto de Pesquisas Ecológicas em três trechos de rodovias de Mato Grosso do Sul (1.161 km nas BRs 267, 262 e 163) entre abril de 2013 e março de 2014, por exemplo, localizou 1.124 carcaças de 25 espécies diferentes, como (286 mortes), (136) e jaguatirica (7).

Há maneiras de contribuir para a prevenção da morte de animais, silvestres ou não, nas estradas e rodovias brasileiras.

Viu um animal vivo? Observe as seguintes dicas:

Reduza a velocidade sem descuidar dos outros veículos e espere o animal atravessar a via. Avise outros motoristas da presença do animal.

Sem título 1

Evite o uso de faróis altos e buzinas, que podem assustá-los e desnorteá-los.

Caso encontre animais de grande porte em estradas, silvestres ou não (como vacas, cavalos e ovelhas), alerte a Polícia Rodoviária.

Animais atropelados devem ser encaminhados para o atendimento veterinário de urgência. Os primeiros socorros, no entanto, dependem do estado do animal. Isole o local do acidente e ligue para as autoridades ambientais, ou para um hospital veterinário que possa lhe ajudar a prestar socorro imediato.

Avistou um animal morto? Fotografe e informe a localização no aplicativo “Urubu Mobile”:

Izalete Tavares
Fotógrafa de

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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