Cachorro-do-mato: dispersador de sementes nativas
Os cachorros-do-mato (Cerdocyon thous L.), também chamados de raposas, são mamíferos da família Canidae com ampla distribuição na América do Sul. Essa espécie encontra-se em todos os biomas do Brasil, com exceção de grande parte da Amazônia, pois sua preferência é por ambientes mais abertos e matas pouco densas. Alimentam-se de frutos, insetos, crustáceos, pequenos mamíferos, aves, répteis e anfíbios…
Por Eduardo Henrique/Viva Caatinga
Na Caatinga, assim como em outros biomas, os cachorros-do-mato exercem a nobre função de dispersar sementes de plantas nativas, contribuindo, assim, para manutenção da flora nativa e recuperação de áreas degradadas.
Por outro lado, existe o grande impasse na relação do cachorro-do-mato com o ser humano. Devido ao hábito alimentar diversificado e à destruição do seu ambiente natural, torna-se comum a predação de pequenos animais domésticos, motivo pelo qual esses canídeos são caçados a tiros, venenos, armadilhas ou com cães.
Além disso, pesquisas apontam que essa espécie lidera a lista de animais silvestres mortos por atropelamento. Portanto, apesar de não estar presente na lista de animais com risco iminente de extinção, é fundamental implementar ações que visem à conservação desta espécie.
Por exemplo, conscientizar e treinar produtores rurais para a construção de apriscos que mantenham os pequenos animais domésticos protegidos até atingirem tamanho seguro, pois, os ataques são comuns aos filhotes de caprinos e ovinos. No caso de aves, um galinheiro com tela é suficiente. Assim, evita-se o conflito entre os produtores e as raposas.
Essa descrição do cachorro do mato (ou raposa) foi preparada por nosso parceiro Eduardo Henrique de Sá, administrador da página Viva Caatinga no Facebook. Eduardo Henrique é de Floresta, no estado nordestino de Pernambuco.
Eduardo Henrique é técnico agrícola, estudante de agronomia, e fotógrafo da natureza. Seu olhar atento e sensível possibilita à Xapuri compartilhar lindas fotos e conteúdo relevante sobre a fauna e a flora da Caatinga e do Nordeste. Gratidão! Matéria publicada originalmente em 18/agosto/2016. Texto e Fotos: Eduardo Henrique.