Capim vira canudo biodegradável no Vietnã

Capim vira canudo biodegradável no Vietnã

Empresa usa capim para fabricar canudos biodegradáveis no Vietnã

por: Gabriel Pietro – razoesparaacreditar
 
Empresa usa capim para fabricar canudos biodegradáveis no Vietnã
 
A indústria do plástico fatura mais de R$ 65 bilhões por ano, somente no . Em 2016, 6,13 milhões de toneladas do material sintético foram produzidas em terras tupiniquins.

Apesar do número monstruoso, inúmeras iniciativas e startups têm surgido por aqui em busca de reduzir ou eliminar completamente o uso do plástico em seus produtos ou atividades cotidianas, demonstrando que sim, é possível diminuirmos nossa dependência por esse material e reciclar boa parte do que utilizamos.

Conforme há uma maior conscientização à respeito dos efeitos danosos do plástico sobre o , legislações mais rigorosas e duras vêm sendo sancionadas nas grandes , havendo uma tendência para o poder público melhor regulamentar seu uso à nível federal.

Enquanto isso, no Vietnã, sudeste asiático, a empresa Ống Hút Cỏ tem prosperado com a produção de canudinhos compostáveis, feitos a partir de um tipo de grama selvagem local, similar ao junco, que naturalmente vem no formato de tubo.

O empreendimento é liderado por Tran Minh Tien, um jovem empresário vietnamita que busca aproveitar um material abundante na região, o capim, que cresce naturalmente ao longo do Delta do Rio Mecom. De quebra, o produto ainda gera para milhares de artesãs que residem na província de Long An.

Empresa usa capim para fabricar canudos biodegradáveis no Vietnã

A produção do canudinho ecológico começa com a colheita às margens do rio. Após, eles são lavados e cortados em tubos do tamanho de um canudo convencional.

Empresa usa capim para fabricar canudos biodegradáveis no Vietnã

O próximo passo é a utilização de uma barra de ferro para limpar a parte interna dos canudinhos e finalmente lavá-los uma última vez.

Empresa usa capim para fabricar canudos biodegradáveis no Vietnã

O produto final é comercializado em restaurantes e lanchonetes, em duas opções: seco ou verde.

Empresa usa capim para fabricar canudos biodegradáveis no Vietnã

 
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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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