Caverna Escaroba: Espetáculo da natureza
“Um mundo que não vê luz solar. Formas esculpidas pela natureza, espetáculo que vale a pena conhecer.” Assim se pode definir a Caverna Escaroba, uma caverna de formação rochosa calcária, com aproximadamente 200 metros de extensão, cortada por um córrego que desaparece por um sumidouro e ressurge do outro lado.
O lugar é repleto de formações espeleológicas muito bonitas, e também de muita vida, devido ao fato de o córrego que a corta levar muitas sementes e matéria orgânica, o que faz com que as plantas germinem lá dentro, mas não prosperem, devido à falta da luz do sol. A água esculpe as rochas, criando as diferentes imagens que chamam a atenção dos visitantes.
Localizada em uma propriedade particular do município de Formosa, Goiás, próxima ao povoado do Barreiro, a cerca de 54 km da Cidade, 140 km de Brasília e 430 de Goiânia, capital do Estado de Goiás, a gruta faz parte dos roteiros turísticos de Formosa e é refúgio natural para quem procura o contato com a natureza.
Para se chegar à entrada da caverna, é preciso fazer uma pequena caminhada, cerca de 1 km, em meio à vegetação nativa do Cerrado. Conhecida dos e das praticantes de rapel, a entrada também pode ser feita pela claraboia, uma fenda existente no teto da caverna, de aproximadamente 20 metros, que dá acesso ao seu interior.
A Secretaria Municipal de Turismo de Formosa recomenda que todas as visitas devem ser acompanhadas de guia credenciado junto à Associação de Guias e Condutores de Turismo (AGECTur), para que a aventura aconteça de forma segura, com alguém capaz de orientar, driblar situações de risco, impedir que os exploradores se percam entre salões e corredores da caverna. Além disso, só o guia poderá informar sobre a história do local e garantir a preservação do patrimônio natural.
[box color=”red”]CAVERNAS GOIANAS
As cavernas possuem importante função ambiental de armazenar água, sendo úteis na recarga de aquíferos, rios subterrâneos e lençóis freáticos e garantindo o abastecimento das populações. Além da pesquisa científica, essas formações naturais podem ser utilizadas para turismo, lazer, esportes e fins religiosos, gerando emprego e renda nas regiões em que ocorrem.
O Estado de Goiás possui 521 cavernas cadastradas na Sociedade Brasileira de Espeleologia, organismo não governamental que congrega grupos dedicados à pesquisa, exploração e proteção das grutas e cavernas no País.
As cavernas de Formosa estão no Cadastro Nacional de Cavernas do Brasil (CNC), e a Caverna da Escaroba ocupa o 44° lugar entre as maiores cavernas do país. Também estão registradas a Gruta da Jabuticaba em 18° lugar, o Buraco das Andorinhas em 22° lugar e a Gruta da Ferradura em 36°.[/box]
INFORMAÇÕES BÁSICAS
Horário de Visitação: das 8 às 17 horas
Visitação: Guiada
CONTATOS
AGECTur
Telefone: (61) 9848-5938
Secretaria de Turismo
Telefones: (61) 3981-1234 / (61) 9686-0142
Facebook: Secretaria de Turismo de Formosa-GO
Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.
Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.
Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.
Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.
Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.
Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.
Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.
Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.
Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.
Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.
Zezé Weiss
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