Uma chama que não grita. Mas sempre ardente!
Por Napoleão Pereira Motta
Por que caboclos humanos,
Pessoas e panos sujam de sangue?
Por que chora a natureza
A falta de seu filho que é pai?
Em que mundo vivo?
Quero tanto mudar coisas…
Como pessoas se apossam de outras?
Se vivo estou livre,
Senão sequestram minh’alma a troco de nada
E vendem meu corpo ao inferno.
O que me conduz é a plena certeza.
Infinita, pequena, mas presente.
Uma chama que não grita.
Mas sempre ardente.
Uma mata que não se fecha
E que já deu muita lenha para queimar.
Mora o índio, seu arco e flecha.
Mora o perigo em todo lugar.
E a esperança que me alcança
Novamente avisa que o vento sopra,
Mas o vento vai para qualquer direção.
Pois de repente, tudo cai e a bala sai
Do cano em explosão.
Ah! Com essa o corpo não pode não!
Não sabe o Pai que o vento já trocou de mão.
É brisa triste que o ar resiste a toda ambição.
Ah! Deus que não te conheço.
Peço-te justiça sem alarde
De todo crime que não conheço,
Mas de tudo que não mereço
Espero que não seja tarde.
Este poema foi enviado por seu autor, Napoleão Pereira Motta, a Angela Maria Feitosa Mendes, a filha mais velha de Chico Mendes. A Xapuri se sente orgulhosa em, por meio desta publicação, ser a autora do envio. Gratidão, poeta.
FRASES DE CHICO MENDES
“No começo pensei que estivesse lutando para salvar seringueiras, depois pensei que estava lutando para salvar a Floresta Amazônica. Agora, percebo que estou lutando pela humanidade.”
“Se descesse um enviado dos céus e me garantisse que minha morte iria fortalecer nossa luta até que valeria a pena. Mas a experiência nos ensina o contrário. Então eu quero viver. Ato público e enterro numeroso não salvarão a Amazônia. Quero Viver.”
“Os seringueiros, os índios, os ribeirinhos há mais de 100 anos ocupam a floresta. Nunca a ameaçaram. Quem a ameaça são os projetos agropecuários, os grandes madeireiros e as hidrelétricas com suas inundações criminosas.”
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