Ciência e tecnologia sem arrogância!
Com seu qualificado e ousado Jornal Pessoal, o jornalista paraense Lúcio Flávio Pinto, que mora em Belém, vive alertando que para desenvolver a Amazônia com sustentabilidade é preciso aplicar ciência e tecnologia em alta escala, através de politicas públicas decentes.
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Por Elson Martins
Lúcio Flávio mantém seu bravo jornalzinho em circulação nas bancas de Belém há 27 anos [em 2015] e já produziu mais de 12 livros que reúnem o que há de mais confiável sobre as patadas históricas cometidas contra a Amazônia. Por conta disso, tornou-se um jornalista premiado, nacional e internacionalmente, embora ameaçado pela conservadora, ambiciosa e truculenta elite paraense. Eu diria que também pela elite do outro Brasil, que fica mais ao Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
No livro “Guerra Amazônica”, volume 1, publicado em novembro de 2005, Lúcio Flávio reproduz entrevista que deu a um grupo de pesquisadores de Belém que lhe pergunta: “como avalia a ciência produzida na Amazônia?”
Ele responde que os cientistas não deveriam produzir apenas ciência, mas como “colonos-cientistas” poderiam ser assentados em projetos de colonização para demonstrar na prática as propostas que desenvolvem na universidade:
“Se esse colono-cientista estuda arroz, vai plantar arroz. Vai ensinar como é que se faz, fazendo. Vamos pegar o cara e coloca-lo no campo (e não no campus) com bolsa de pesquisa, uma estrutura mínima. Se a gente não colocar a formação antes da transformação, a Amazônia estará liquidada. Sei que serão necessários muitos milhões de reais no começo.”
Para o jornalista, que também é sociólogo, esse investimento deveria ser concebido como “vanguarda”:
“Vamos pegar a meninada da USP, da UFRJ, da UFPA (também da UFAC) etc. – com uma boa bolsa e vamos para o campo aprender. Os orientadores também devem ir ao campo com boas condições e bons salários (…) É como se estivéssemos em Israel. A nossa guerra é a guerra da ciência. Guerra da ciência não é ficar fazendo o seu trabalhozinho acadêmico. É fazer a difusão da ciência lá no campo, enquanto se faz ciência de vanguarda nos laboratórios, nos gabinetes, nas bases de observação”.
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Elson Martins, jornalista acreano. Texto publicado no blog Almanacre em 16/02/2015. Capa: Portal dos Jornalistas.





