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Comitês populares denunciam taxa de juros absurda e mobilizam protesto nacional

Comitês populares denunciam taxa de juros absurda e mobilizam protesto nacional

De acordo com Janeiro, Secretária Nacional de Mobilização do Partido dos (PT), a diminuição recente na taxa de juros não foi suficiente para estimular a .

Por Mídia Ninja/Redação

Comitês populares, sindicatos, movimentos sociais e partidos de estão unindo forças para combater as persistentes altas taxas de juros no país. Desta sexta-feira (25) a domingo (27), uma série de atividades está programada em todo o território nacional, visando não apenas discutir as taxas de juros, mas também pedir o afastamento do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

O Movimento Conjunto dos Comitês Populares, um dos principais motores dessa mobilização, tem como objetivo engajar a população em debates sobre as altas taxas de juros herdadas da gestão anterior. Mesmo após uma modesta redução de 0,5% na última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, o ainda ostenta a mais alta taxa de juros globalmente.

De acordo com Mariana Janeiro, secretária Nacional de Mobilização do (PT), a diminuição recente na taxa de juros não foi suficiente para estimular a economia. Ela enfatiza que essa herança de altas taxas de juros é resultado da administração anterior e precisa ser revertida pelo Banco Central. Mariana argumenta que, após a vitória de Luiz Inácio da (PT) nas , é crucial unificar esforços para dar suporte ao presidente em questões centrais para a reconstrução do país.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) também está desempenhando um papel importante nesse movimento. Durante os congressos estaduais realizados em nove estados, trabalhadores têm denunciado o impacto negativo das taxas de juros em suas vidas. Janeslei Albuquerque, secretária Nacional de Mobilização e Relações com os Movimentos Sociais da CUT, destaca que esses congressos estão servindo como um fórum vital para ampliar a discussão e ações contra a abordagem do presidente do Banco Central.

Até o momento, 14 estados já anunciaram sua participação nas ações conjuntas, que estão abertas a todos os interessados. Informações detalhadas podem ser encontradas nas dos comitês populares, como o @comitepopularoficial no Instagram e o @comitelula no Twitter. A mobilização em massa evidencia a determinação desses grupos em lutar por mudanças significativas na política monetária e na economia do país.

Fonte: Mídia Ninja. Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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