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Conhecer a si mesmo: um comportamento a construir

Conhecer a si mesmo: um comportamento a construir –

Por: Padre Joacir S. d´Abadia 
 O comportamento de conhecer a si mesmo está presente em todas as etapas da vida. Ninguém já se conhece o suficiente para não precisar mudar sempre. O comportamento do sujeito depende do meio em que ele vive? Por isso a mente humana está sempre perguntando: “somos frutos do meio?”
 Esta é uma pergunta difícil de si responder. Mas olhando para todo o potencial do homem, uma coisa deve ser bem clara: o homem muda sempre. Ele nunca se estagna. Quer a todo tempo conhecer o mundo e tudo que está em sua volta. Sabe claramente que tem um comportamento distinto um do outro. E mais: age de modo diferente em cada etapa de sua vida.
 Em sua volta se desponta uma vastidão de mistérios para ser desvendado. Tendo, assim, a concepção do outro como um grande mistério em sua vida. Nada disso é mais misterioso do que conhecer a si mesmo. Pois quando se conhece a si mesmo, tem-se surpresas: é muito mais belo do que o mundo e tudo que há nele!
 O homem quer conhecer o espaço sideral, mas não se conhece. Não si compreende e quer sempre ajustes em seu comportamento. O escritor ocultista Aleister Crowley em sua Lei de Thelema afirmava: “Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei”. Fazer o que quer não é conhecer a si mesmo, ao passo que até mesmo para se conhecer é necessário método. Ou seja, ninguém pode ser sua própria lei, pois submete-se a métodos e vertentes preexistentes.
 Ouvi de um aspirante teólogo que “a tela do computador é a tela de ponto de encontro do mundo”. Porém, a meu ver o ponto de encontro do mundo está no próprio sujeito. Ele que se encontrando pode encontrar-se com o todo. A tendência disso é solidificar o modo de conhecer, quer dizer, conhecer a si mesmo antes de tudo.
 Ao se tornar velho, por exemplo, o homem tem que adaptar ao seu meio, isso é conhecer a si mesmo; é construir seu comportamento. Deste modo, os conceitos, experiências, capacidades, habilidades, pensamentos éticos estarão mais madurecidos, porém continuam sendo os mesmos.
 Em síntese, qual a necessidade de se debruçar sobre incontáveis existentes onde se manifestam várias fórmulas de comportamentos sem a perspectiva de mudar a si mesmo? Conhecer a si mesmo é um comportamento para construir em toda a vida. Caro leitor, você se conhece? Então, construa em sua vida um edifício inatingível de conhecimento próprio. Conheça-se.
autoconhecimento 2 Recalculando a rota
ANOTE AÍ:
Joacir 13
Padre Joacir S. d´Abadia –  Filósofo autor, dentre outros, do mais recente livro “A Incógnita de Cully Woskhin” (Palavra e Prece, 2018)].
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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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