CPI da Funai aprova relatório com 96 pedidos de indiciamento
Os pedidos de indiciamentos são por supostos crimes praticados por antrópologos, advogados, pesquisadores e lideranças de movimentos sociais em processos de demarcação de terras indígenas, quilombos e assentamentos da reforma agrária. Dos pedidos de indiciamento, 67 criminalizam o movimento indígena.
Para a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), esta CPI foi pensada, articulada e aprovada pela bancada ruralista, criminaliza indígenas e também promove a extinção dos órgãos governamentais dedicados às políticas indigenistas, “dilacerando todos os direitos conquistados. ”
O texto traz proposições legislativas, como projeto para regulamentar artigo que estabelece que só será considerada terra indígena aquela ocupada por índios no dia da promulgação da Constituição, 5 de outubro de 1988.
Para o deputado federal e ex-ministro dos Desenvolvimentos Social e Agrário Patrus Ananias, “a CPI agiu contra os interesses dos pobres, dos indígenas, da agricultura familiar, dos quilombolas, como maneira de manter o Brasil no século 19, com o direito de propriedade que não tem compromisso com a vida.”
Já o presidente da CPI, deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), comemorou a aprovação do relatório. “Espero que seja o fim do aparelhamento de ONGs por entidades estrangeiras com o fim de invadir áreas produtivas no País.” Moreira expressa o opinião da bancada ruralista e da base golpista que se instalou no Congresso Nacional.

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Mudanças na Funai
A Funai, órgão da estrutura do Ministério da Justiça, participaria desse grupo, mas apenas como representante dos interesses dos índios.
Entre as entidades citadas pelo relatório está a Associação Brasileira de Antropologia (ABA), que rebateu as acusações. A presidente da entidade, Lia Zanotta, criticou o relatório:
“É uma tentativa de criminalizar quem é da a academia, já que os laudos antropológicos que embasaram alguns processos são baseados na ciência”. A deputada Erika Kokay (PT-DF) concorda com Zanotta. “Este texto criminaliza entidades que defendem a causa indígena.”

Fontes: Câmara dos Deputados, Vermelho.org.br (Foto)





