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Criança de 9 anos faz desenho de coletor de lixo espacial e é premiado na Europa

Criança de 9 anos faz desenho de coletor de espacial e é premiado na Europa

Por: Vitor Paiva – hypeness

Se na mais terna o sonho de ser astronauta se confundia com o de se tornar um grande inventor, mire-se então no exemplo de João Paulo Barrera, de 9 anos, que tem um currículo inversamente proporcional a sua ainda pequena estatura: cursando o ensino fundamental, João já é um jovem palestrante entusiasta da , escritor e inventor premiado pela NASA por seus esforços na Astronomia. Como se não bastasse, o brasileiro acaba de vencer uma feira de ciência da ESA (agência espacial europeia), com um sobre limpeza do espaço.

 

Para a feira, João desenhou um coletor de lixo capaz de reciclar os dejetos espaciais que orbitam a . O primeiro lugar e os diversos elogios que recebeu pela banca de europeus por seu desenho serviram como perfeito incentivo para que João siga na busca do sonho de se tornar “engenheiro espacial, engenheiro civil, cientista, inventor e astronauta”, segundo o próprio.

O desenho premiado de João

“Estou muito feliz em ganhar mais um prêmio. Eu fiz o desenho porque descobri que tinha muito lixo em volta da Terra. Então criei essa máquina. Comemorei muito. Quer dizer, não comemorei muito por fora. Só falei assim “yes, consegui!’. Mas aqui por dentro está uma festa total”, ele disse.

João em uma de suas palestras, sobre lixo espacial

A inspiração para o desenho vencedor dá um pouco a dimensão dos feitos de João: a ideia surgiu quando ele escreveu o segundo dos três livros que já publicou – uma aventura de três crianças em uma viagem até a lua feita em um foguete construído a partir de material reciclado. O foi escrito em português e inglês, já que João foi alfabetizado em inglês. E esse não é o primeiro prêmio de sua “carreira”: aos 7 anos, o pequeno cientista foi considerado a pessoa mais jovem do premiada pela NASA. Num momento em que o próprio governo federal luta contra a pesquisa científica e a própria educação no Brasil, que a de João sirva como luz contra o obscurantismo político.

 

Fonte: https://www.hypeness.com.br/2019/05/brasileiro-de-9-anos-cria-coletor-de-lixo-espacial-e-e-premiado-na-europa/


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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