Cuba: Uma Estranha Ditadura

Cuba: Uma Estranha Ditadura

Por Dylan Ricardo

Ditadura estranhíssima essa de Cuba. Não tem analfabetos. Do jardim da infância até a faculdade o ensino é gratuito. A saúde também….

Não há fome.
Em cada bairro existe um CDR, Comitê de Defesa da Revolução, e lá dentro tem um arsenal sem vigilantes armados.

Em 55 anos de revolução, ninguém tentou roubar essas armas para derrubar o governo.

Cuba é a única “ditadura” na história da humanidade onde os “perseguidos políticos exilados” voltam para passar férias.
Onde os “dissidentes” viajam o mundo falando mal do governo e nada sofrem quando regressam.

Onde a extrema-direita cubana de Miami envia seus filhos de férias, por ser um país seguro.

Onde o governo paga pela operação de troca de sexo.

É a única “ditadura” onde no 1 de maio não há confrontos entre manifestantes e a polícia. Pelo contrário, ambos marcham juntos em apoio ao governo.

Uma “ditadura” onde não há tortura nem desaparecidos políticos.

O governo de Cuba fez pelo povo em 50 anos o que nenhum governo da América Latina fez em 200 anos.

Nativos de Cuba que criticam sua política definitivamente não é novidade.

Ninguém é punido por isso, ninguém é perseguido por expor opinião contrária ao governo, pois é uma sociedade em que há democracia.

A começar pelas eleições. A maioria dos delegados que integram o congresso não fazem parte do Partido Comunista.

Facílimo falar quando nunca se esteve em Cuba, quando nunca se conversou com pessoas pelas ruas.

É mais fácil crer em mentiras e manipulações quando não se tem as devidas informações.

Postagens sobre Cuba sempre serão uma isca. Incrível os sentimentos negativos que causam em pessoas supostamente inteligentes e informadas.

Criticar Cuba por absoluto desconhecimento já faz parte da imbecilização introjetada pelos que não possuem senso crítico.

O problema é que os desinformados influenciam quem não busca informação, e por isso perpetuam mentiras revoltantes.

Há mais de 50 anos que mentiras sobre Cuba são propagadas enquanto essa terra permanece firme em suas conquistas.

O fato é que o nazismo ianque tenta manipular a opinião pública e exterminar o povo cubano promovendo um embargo assassino.

Tristemente muitas pessoas optaram por permanecer na ignorância e opinar sobre o que desconhecem completamente.

Dylan Ricardo

Dylan Ricardo nasceu em Recife, mas é cidadão do mundo. Em suas constantes viagens, busca inspiração para suas poesias, nas quais descreve liricamente trajetórias existenciais abarrotadas de desânimo, decepções e sonhos destruídos. Seu interesse e sombria necessidade de investigar os insanos hábitos humanos o levaram a aprofundar-se não só em estudos da Filosofia e Psicologia, mas na própria literatura, o que lhe auxiliou bastante na descoberta do seu estilo, o qual revela sua personalidade insatisfeita, realista e questionadora. Escritor e poeta, é autor dos livros Nas Brumas do Desalento, No Zênite da Insanidade, Mil Poemas e Um Suicídio, Asas de Pedra, Do Inferno, Estado Terminal e Contos Noturnos. Murmúrio das Trevas, seu lançamento, é seu segundo título no gênero horror.

Fonte: Blog do Zé Augusto

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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