E se Queiroz der com a língua nos dentes?

Queiroz pode dar com a língua nos dentes e já preocupa o presidente Jair Bolsonaro

O ex-assessor Fabrício Queiroz, preso na manhã desta quinta-feira (18), pode celebrar uma delação premiada com o Ministério Público do Rio de Janeiro. O órgão é responsável pelas investigações das ‘rachadinhas’ na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), no período que o agora senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) era deputado estadual.

Queiroz foi preso hoje em um sítio do advogado da família Bolsonaro, Frederick Wasseff, no município de Atibaia, interior de . Mas Fabrício Queiroz foi transferido para o presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio.

Arquivo vivo, as autoridades judiciárias fluminenses se preocupam com a integridade do ex-assessor e amigo dos Bolsonaro enquanto estiver sob custódia. Elas temem que Queiroz “desapareça”, assim como aconteceu com o miliciano Adriano da Nóbrega no início do ano.

A indicação de que Queiroz pode aderir à delação premiada é reforçada pelo ‘modus operandi’ da operação que prendeu o ex-coordenador das ‘rachadinhas’ de Flávio Bolsonaro, que guarda semelhança com as da Lava Jato.

Durante sua existência, a força-tarefa Lava Jato também prendia ou interrogava ilegalmente familiares para enfraquecer psicologicamente os imputados.

Evidentemente, caro leitor, que o Senado terá de abrir o processo de cassação de Flávio Bolsonaro –requerido pela Rede de em 2019.

Mas a cassação de Flávio e a prisão de Fabrício Queiroz estão longe de ser a ‘cereja do bolo’ nessa disputa pelo poder.

Análise: Presidente Bolsonaro sob cerco com a prisão de Fabrício Queiroz

A prisão de Fabrício Queiroz na manhã desta quinta-feira (18) aumenta muito o cerco ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seu filho, Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

O Blog do Esmael faz abaixo [vídeo] uma breve análise do impacto dessa prisão na e nas pretensões reeleitorais do presidente Bolsonaro.

Além de coordenar as rachadinhas na Alerj, Queiroz era articulador político e o elo entre o clã Bolsonaro e a milícia. A informação é do deputado Marcelo Feixo (PSOl-RJ).

A operação policial conduzida hoje pelo Ministério Público do Rio foi um desdobramento das investigações da rachadinhas, divisão de salários de funcionários do gabinete do então deputado estadual “Zero Um”, codinome de Flávio Bolsonaro.

O MP do Rio utilizou a mesma tática da Lava Jato, de prender parentes dos alvos, visando enfraquecer psicologicamente o alvo principal, no caso, Queiroz.

Os mandados de prisão, busca e apreensão foram cumpridos após o suplente de Flávio, o empresário Paulo Marinho (PSDB-RJ), revelar que o filho do presidente da República teve informação privilegiado sobre a Operação Furna da Onça, em 2018, que prendeu deputados da Alerj e Queiroz também seria alvo.

Fonte: Blog do Esmael


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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