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ELZA SOARES: EXÚ NAS ESCOLAS

ELZA SOARES: EXÚ NAS ESCOLAS

Exú Nas Escolas

Elza Soares

Exú nas escolas
Exú nas escolas
Exú nas escolas

Exú no recreio
Não é show da Xuxa
Exú brasileiro
Exú nas escolas
Exú nigeriano
Exú nas escolas
E a prova do ano
É tomar de volta
Alcunha roubada
De um deus iorubano

Exú nas escolas
Exú nas escolas
Exú nas escolas (ê-ê-exú)
Exu nas escolas (ê-ê-exú)

Estou vivendo como um mero mortal profissional
Percebendo que às vezes não dá pra ser didático
Tendo que quebrar o tabu e os costumes frágeis das crenças limitantes
Mesmo pisando firme em chão de giz

De dentro pra fora da escola é fácil aderir a uma ética e uma ótica
Presa em uma enciclopédia de ilusões bem selecionadas
E contadas só por quem vence
Pois acredito que até o próprio Cristo era um pouco mais crítico em relação a tudo isso
E o que as crianças estão pensando?

Quais são os recados que as baleias têm para dar a nós, seres humanos, antes que o mar vire uma gosma?
Cuide bem do seu Tcheru
Na aula de hoje veremos exu
Voando em tsuru

Entre a boca de quem assopra e o nariz de quem recebe o tsunu
As escolas se transformaram em centros ecumênicos
Exu te ama e ele também está com fome
Porque as merendas foram desviadas novamente

Num país laico, temos a imagem de César na cédula e um “Deus seja louvado”
As bancadas e os lacaios do Estado
Se Jesus Cristo tivesse morrido nos dias de hoje com ética
Em toda casa, ao invés de uma cruz, teria uma cadeira elétrica

Exú nas escolas
Exú nas escolas
Exú nas escola

Exú no recreio
Não é show da Xuxa
Exú brasileiro
Exú nas escolas
Exú nigeriano
Exú nas escolas
E a prova do ano
É tomar de volta
Alcunha roubada
De um deus iorubanos

Exú nas escolas (Ya)
Exú nas escolas (Ya)
Exú nas escolas (Ya)
Exú nas escolas (Ya)

ELZA SOARES

Elza Soares da Conceição (1930-2022) foi uma cantora e compositora brasileira. Um dos maiores nomes da MPB, Elza recebeu ano 2000, em Londres, o título de “A Melhor Cantora do Universo” dado pela emissora BBC.

Famosa pela voz rouca, Elza Soares foi um dos maiores nomes da música popular brasileira. Sua história de vida conta com tragédias e reviravoltas memoráveis.

Infância

Elza Soares nasceu no subúrbio do Rio de Janeiro (em uma favela onde hoje está situada a Vila Vintém), no dia 20 de janeiro de 1930. Seu pai, Avelino Gomes era operário e sua mãe Rosaria Maria da Conceição, era lavadeira. 

Ainda menina, Elza começou a cantar com o pai, que gostava de tocar violão nas horas vagas.

Elza teve uma infância dura e subitamente interrompida pelo casamento. O pai de Elza obrigou a menina a se casar quando ela tinha apenas 12 anos. Com 13 anos deu a luz a seu primeiro filho. 

Com a doença do marido, Elza trabalhou como encaixotadora em uma fábrica de sabão no Engenho de Dentro.

Início da carreira

Em 1953 Elza Soares iniciou sua vida artística ao fazer o seu primeiro teste na Rádio Tupi, no programa de calouros de Ary Barroso, quando conquistou o primeiro lugar.

No início da carreira, também trabalhou na Orquestra Garam Bailes, como crooner, até 1954.

Em 1959 foi contratada para trabalhar na Rádio Vera Cruz. Em 1960, atuou no Festival Nacional da Bossa Nova.

Três anos mais tarde, Elza foi a representante do Brasil na Copa do mundo no Chile.

Maiores sucessos de Elza Soares

Elza Soares ficou conhecida por uma série de sucessos, os maiores deles seguem listados abaixo:

  • Dentro de cada um
  • Exú nas escolas
  • Deus há de ser
  • A Carne
  • Mulher do Fim do Mundo
  • Língua
  • O que se cala
  • Dindi
  • Maria da Vila Matilde
  • Banho

Em 2000, a emissora BBC, em Londres, deu à Elza o título de A Melhor Cantora do Universo.

Fonte: E-biografias

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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