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Super-rede / Super-grid

Energia Renovável: China, Coréia do Sul, Japão e Rússia planejam Super-Rede

Empresários da China, da Coréia do Sul, do Japão e da Rússia assinaram recentemente um Memorando de Entendimento para criar uma matriz energética de imensas proporções, uma Super-Rede com energia oriunda de fontes renováveis diversas.

Segundo seus organizadores, o objetivo da Super-Rede é levar energia renovável de países produtores para países consumidores em várias partes do mundo. o projeto vai demandar  a construção de uma rede de energia de voltagem extremamente alta, que operará a 1.000 kilowats AC e 800 kilowats DC, para se estender  ao longo de milhares de quilômetros.

Fruto da imaginação do empresário japonês Masayoshi Son, fundador e chefe do gigante de telecomunicações chamado SoftBank Group, o projeto pretende interligar redes de outras regiões, países e até continentes com uma capacidade de 10 gigawatts.

Após o desastre ambiental da  usina nuclear em Fukushima durante o terremoto em 2011, Son ficou tão abalado que subsequentemente fundou um Instituto de Energia Renovável para ajudar desenvolver e promover fontes de energia sustentáveis. “Até o terremoto, não entendia nada sobre energia renovável”, comentou Son.

A ideia de Son foi acessar o potencial de energia solar e eólica do deserto de Gobi, na China, que estima-se ser equivalente a milhares de usinas nucleares.  “As pessoas acharam a ideia louca,  um projeto politicamente impossível, mesmo assim decidi apostar no projeto”, diz Son.

Começaram a aparecer empresários interessados, primeiro na China e na Coréia do Sul. Em seguida, a Super-Rede atraiu o interesse de uma empresa gigante da Rússia.

O próximo passo foi a criação de uma entidade sem fins lucrativos, a Organização de Desenvolvimento e Cooperação para Interconectividade Energético Global (SoftBank Group da  Global Energy Interconnection Development and Cooperation Organization).

A organização, criada em  Beijing em março de 2016, é presidiada por Liu Zhenya, ex-presidente de State Grid,uma  empresa de matriz energética da China. Do Conselho da organização fazem parte representantes dos quatro países signatários e também representantes do setor energético e de  universidades de 14 países.

A  missão da entidade é interligar as redes elétricas de todo o mundo e atender a demanda global por meio de fontes renováveis. Segundo Zhenya, a Interconectividade Energética Global (GEI) com base em energia limpa é a única solução viável para resolver questões de limitação de insumos, poluição e mudança climática.

Zhenya acredita que se houver sabedoria e abertura para a ideia, a GEI poderá ser alcançada até o ano de 2050. “A tecnologia já existe, resta encontrar a vontade política para realizar o projeto”, diz Zhenya. Espera-se que a urgência atual de parar de encher a atmosfera com poluentes à base de carvão, que acelera o processo de mudança climática, irá motivar a cooperação entre as nações  para alcançar a interconectividade energética global.

supergrid

Fonte originária desta matéria: Cleantechnica.com

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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