ESPAÇO CHICO MENDES E FUNDAÇÃO BB NA COP 30

 

Espaço Chico Mendes e Fundação BB na COP 30 – Vale a pena conhecer!

Estamos em plena COP 30. Em Belém do Pará, lá no coração da Amazônia, gentes de todo o  mundo se encontram na 30a Cúpula do Clima, em busca de saídas para a sobrevivência humana no planeta Terra. 

Presentes estão os povos das florestas, das cidades, dos campos e das águas, com suas histórias, suas lutas, suas agendas, suas ideias, seus desafios,  suas propostas, suas demandas por um mundo sem fome, sem tragédia climática, sem o risco da extinção para as gerações que virão depois de nós. 

Um mundo de sonhos e de esperanças que se encontra no Espaço Chico Mendes e Fundação BB na COP 30, a casa dos povos herdeiros da memória, dos ideais e do legado de Chico Mendes, Patrono Nacional do Meio Ambiente no Brasil, exemplo de luta e resistência para todo o planeta Terra, nossa única morada no Universo.

É ali, no Espaço Chico Mendes e Fundação BB na COP 30, localizado no Campo de Pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi, que você vai conhecer mais sobre Chico Mendes e sobre os povos das florestas, das cidades, dos campos e das águas.  Estando em Belém, faça uma visita ao Espaço Chico Mendes e Fundação BB na COP 30.

Mas, caso esteja em outro canto do Brasil ou do mundo, você ainda pode conhecer e visitar este  incrível território de vivência dos povos exttrativistas e comunidades tradicionais de todos os biomas brasileiros. 

Nascido da parceria da Fundação Banco do Brasil com o Comitê Chico Mendes e o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), com o apoio da Revista Xapuri, do Memorial Chico Mendes, do Museu Paraense Emílio Goeldi e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o Espaço Chico Mendes e Fundação BB na COP 30 coloca à sua disposição o hotsite www.espacochicomendes.org.

Lá, além de lindas exposições, você encontra a programação das atividades do espaço e matérias atualizadas sobre tudo o que acontece neste incrível mundo de luta e esperança dos povos de Chico Mendes e de todos os nossos povos e comunidades de luta. 

Vale a pena conhecer o hotsite do Espaço Chico Mendes e Fundação BB na COP 30. Vale também ler a matéria do jovem Victor Manoel, publicada no site do Comitê Chico Mendes www.comitechicomendes.org/,  contando um pouco mais sobre o espaço.

Simbora? 

A memória e o futuro da Amazônia se encontraram na noite de 07 de novembro de 2025, em Belém. Com “imensa alegria e emoção” e a força da coletividade, foi inaugurado o Espaço Chico Mendes e Fundação BB na COP30, um território simbólico que marca a “chegada dos Povos da Floresta” ao centro do debate climático global. 

A presidenta do Comitê Chico Mendes, Angela Mendes, iniciou a noite ressaltando a magnitude do momento, afirmando que “Trazer o nome e o legado de Chico Mendes, meu pai… para este encontro mundial, é fazer ecoar a voz dos povos da floresta, das comunidades extrativistas, dos guardiões e guardiãs que, com sabedoria e coragem, cuidam da Amazônia e da vida no planeta”. 

Ela enfatizou a grandiosidade da “Aliança dos Povos da Floresta”, que inclui povos indígenas, quilombolas, assentados e ribeirinhos, que “compõem essa grandiosidade, que é a Amazônia”.

Do seringal à COP

A também filha de Chico Mendes, Elenira Mendes, trouxe uma análise profunda sobre o significado dessa ocupação. Ela resgatou a icônica viagem de seu pai aos Estados Unidos, onde ele partiu de Xapuri “com um paletó emprestado e uma credencial de jornalista” para confrontar um banco que “financiava a devastação da Amazônia”.

Angela Mendes evocou os ensinamentos do pai na sua fala. Foto: Alexandre Noronha

Elenira traçou um paralelo poderoso entre o passado e o presente: 

“Ao retornar a seu país, foi duramente criticado e rotulado como subversivo… Hoje, estamos aqui, no coração da Amazônia, em um evento onde mais de 190 países se reúnem para discutir as mudanças climáticas.” 

Ela cravou: 

“Este momento é profundo, pois Chico Mendes está presente, ocupando este espaço de forma justa e legítima, através de cada um de nós que aqui estamos”.

Ela reforçou que os extrativistas “muito antes de qualquer reunião internacional, já estavam presentes”. Chico Mendes, que era “a voz dos invisíveis”, defendia as Reservas Extrativistas (RESEX) e, assim, “sem saber, já defendia a bioeconomia. Ao defender o desenvolvimento em harmonia com a floresta, ele propunha uma transição justa.”

Angélica Mendes, neta, e Elenira Mendes, filha de Chico. Foto: Alexandre Noronha

Construção Coletiva e a Luta que Continua

O Espaço Chico Mendes e Fundação BB foi definido por Angela como “fruto de uma construção coletiva”. Ela fez questão de agradecer aos parceiros que tornaram o sonho realidade: 

“Agradecemos com profundo reconhecimento a Fundação Banco do Brasil… o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNL), herdeiros diretos da luta de Chico Mendes e voz viva dos seringueiros, castanheiros, pescadores, quebradeiras de coco”. O agradecimento se estendeu ao Museu Paraense Emílio Goeldi, pela “parceria generosa na construção de pontes entre o conhecimento científico e os caminhos que se encontram para proteger a vida”.

O espaço é “mais do que uma homenagem; é um território simbólico de encontro e de esperança”, onde o legado de Chico “deságua como um rio que encontra o mar, levando consigo a força da vida, da coletividade e da luta por justiça socioambiental”.

A companheira Júlia Feitoza, fundadora do Comitê Chico Mendes. Foto: Alexandre Noronha

Elenira finalizou com uma mensagem de mobilização, ecoando o espírito do líder: 

“É impossível falar sobre a história de meu pai sem ouvir a Amazônia… A história nos ensina o contrário: eu quero viver.” Ela então imaginou o recado de Chico Mendes para o momento: “Companheiros, a luta continua. Eu estou aqui, vivo na voz de todos aqueles que, mesmo cansados, mantêm a resistência. Estou vivo através da luz que ilumina esta juventude presente”.

A noite de abertura, que marcou a “Chegada dos Povos da Floresta” , contou com a celebração da cultura amazônica. O público foi envolvido pelo vibrante Cortejo com Romualdo Freitas, artista que invocou a presença do Mapinguari , e pelo show do Carimbó do Cuiapitinga, coletivo da Ilha do Marajó que celebra a tradição e o artesanato local. Angela concluiu com um chamado à ação conjunta:

“Aqui ecoa a voz de Chico Mendes, que continua nos ensinando que nossa vitória depende de nossa organização e disciplina, mas também do pensamento que constrói junto, como fizemos aqui, neste espaço.”

Construção Coletiva e a Luta que Continua

O Espaço Chico Mendes e Fundação BB foi definido por Angela como “fruto de uma construção coletiva”. Ela fez questão de agradecer aos parceiros que tornaram o sonho realidade: 

“Agradecemos com profundo reconhecimento a Fundação Banco do Brasil… o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNL), herdeiros diretos da luta de Chico Mendes e voz viva dos seringueiros, castanheiros, pescadores, quebradeiras de coco”. O agradecimento se estendeu ao Museu Paraense Emílio Goeldi, pela “parceria generosa na construção de pontes entre o conhecimento científico e os caminhos que se encontram para proteger a vida”.

O espaço é “mais do que uma homenagem; é um território simbólico de encontro e de esperança”, onde o legado de Chico “deságua como um rio que encontra o mar, levando consigo a força da vida, da coletividade e da luta por justiça socioambiental”.

Deixe seu comentário

UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

PARCERIAS

CONTATO

logo xapuri

REVISTA

💚 Apoie a Revista Xapuri

Contribua com qualquer valor e ajude a manter vivo o jornalismo socioambiental independente.

A chave Pix será copiada automaticamente.
Depois é só abrir seu banco, escolher Pix com chave (e-mail), colar a chave e digitar o valor escolhido.