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ESPECÍFICO PESSOA: CONTRA A PICADA DE COBRAS

Específico Pessoa: Contra a picada de cobras

Na Amazônia tem uma planta chamada “raiz de cobra” e do extrato dela se faz um fitoterápico para o combate da picada das peçonhentas, o Específico Pessoa. Usado pela população da floresta, a tintura serve para o tratamento da picada de picada de cobras, abelhas, arraias, aranhas, escorpiões e taturanas. Tem gente que diz que é “mió de bão”. E tem gente que diz que é “coisa de picareta”. Coisas da floresta.

Por Zezé Weiss

O fato é que o danado do Específico (esse nome, em homenagem ao médico Pessoa, que o criou, não é o máximo?) é assunto de gente grande em muitas partes do mundo. Até no Japão já tem pesquisa, algumas sugerindo precaução no uso, já que uns estudos mostram muita eficiência contra alguns venenos e outros mostram eficiência nenhuma contra os mesmos venenos.

Mas dizem os ribeirinhos que o que conta mesmo é a experiência. “Se o lagarto tiú briga com cobra, é picado e não morre porque rói a “raiz de cobra”, então é porque há de fazer algum efeito. Pode não ser tão perfeito como o soro antiofídico, mas que algum poder tem, lá isso tem. Já tem mais de 50 anos que esse remédio foi criado e que todo mundo toma, e se bem não faz, mal também não faz”, completam.

Por via das dúvidas, tem muita gente que antes de se embrenhar pela floresta segue o conselho de quem nela vive – antes de entrar na mata, toma um bom gole de Específico Pessoa, e ainda leva um outro tanto na mochila, mesmo com uma relatada pesquisa do Instituto Butantã dizendo que no caso da jararaca, responsável por 90% dos incidentes de picadas de cobra no Brasil, a tintura não mostrou eficiência.

A prática comum de quem anda em áreas de risco corrobora a informação de que, segundo algumas pesquisas, o famosíssimo Específico Pessoa, em cuja composição entra o extrato do tubérculo chamado cabeça-de-negro ou raiz de cobra, é provavelmente o remédio contra o veneno de animais peçonhentos mais produzido no Brasil.

Uma versão do produto é vendido em casas agropecuárias como composto P. Esser, fabricado em Santa Catarina, (o que tenho agora, presente de minha Vizi Thaís, foi fabricado em Trindade, Goiás),  para a aplicação em animais ou pessoas, como socorro imediato em caso de picada de inseto ou de cobra, sendo recomendada a visita imediata a um posto médico. Ou seja, na hora do sufoco, toma o Específico, mas corre atrás de mais socorro. Faz sentido!

E para achar o tal do Específico? Em farmácia é que não se encontra, já que a garrafada não tem registro na ANVISA. Além das feiras do Norte e Nordeste, aqui em Formosa, onde moro, o produto é encontrado nas boas lojas que vendem produtos para a agropecuária. Muitos vêm com bula, e elas são cautelosas ao afirmar que o fitoterápico é indicado para os primeiros socorros em acidentes com animais peçonhentos.

NOTA DA REDAÇÃO: Caso você conheça alguma outra história ou causo, ou algum outro estudo ou pesquisa sobre o Específico Pessoa, faça como  nossos vizinhos  jornalistas Thaís Maria Pires e Athos Pereira da Silva, que ficaram sabendo do Específico, acharam a pauta boa e nos repassaram. contato@xapuri.info

 
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Respostas de 17

  1. Ja utilizei em cães boiadeiros picados de cobra. ” O da caixinha branca” é assim,: meio vidro oral e após uma hora a outra metade. Reservando um pouquinho para passar no local. Para uso para combate bicho geográfico usar no liclo afetado.

  2. Queria saber se ele é bom para outros tipos de doença, ou é so para picadas de bichos peçonhentos

    1. Bom dia Nelson específico é bom pra desentoxicar o organismo tbm.
      Eu tomo 30 gotas em jejum por 3 dias paro 3 dias e repito o processo 3x.

    1. estou precisando de 2 vidros de especifico pessoa
      me diga qual o valor? e o frete: são Luis-ma cep:65075-480

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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