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Ecofeminismo - o equilíbrio que o mundo precisa

Ecofeminismo – o equilíbrio de que o mundo precisa

O termo Ecofeminismo surgiu pela primeira vez na França com a feminista francesa Françoise D’Eaubonne para explicar como a luta das mulheres estava relacionada com as lutas pela preservação da natureza e por um sustentável para todos e todas. É fundamental entender que a luta pela igualdade de direitos entre homens e mulheres deve está em consonância com a defesa da natureza e a sua preservação.

Por Iolanda Rocha 

As Ecofeministas de todo o mundo entendem que para haver justiça social, econômica e ambiental é preciso a cooperação entre homens e mulheres e é necessário o equilíbrio entre o e o masculino. Torna-se necessário que haja uma nova forma de relacionar-se com a natureza e com toda a comunidade de vida existente no .

A ecofeminsta indiana Vandana Shiva defende que “A vida deve está no centro das decisões políticas, sociais e econômicas”. Destarte, o Ecofeminismo alicerça-se na busca do equilíbrio entre o ser humano e a natureza.

A compreensão do Ecofeminismo defendido por D’Eaubonne e Vandana Shiva traz um parodoxo sobre a relação da com a natureza que é confirmado por um relatório divulgado pelo Fundo para Populações das Nações Unidas, onde mostra que as mulheres mais pobres em países menos desenvolvidos são as principais afetadas pelas mudanças climáticas e ao mesmo tempo são as que menos contribuem para o .

Em todos os aspectos da degradação ambiental, mudanças climáticas, poluição das águas, destruição das florestas, envenenamento dos alimentos com os agrotóxicos, entre outros as mulheres são as que menos comprometem com esta destruição e são as primeiras a sofrerem as consequências.

O ser humano é apenas um dos milhões de seres vivos existentes no Planeta . Este faz parte de uma comunidade de vida e não pode se sobrepor buscando eliminar as outras vidas existentes. Torna-se necessária e urgente uma relação de respeito com a natureza e com os demais seres vivos que habitam este Planeta. É primordial que haja o equilíbrio entre homens, mulheres e natureza.

A destruição do Planeta Terra, assim como a opressão à mulher é fruto de uma cultura do patriarcado capitalista que utiliza os recursos naturais como se fossem infinitos e explora o corpo da mulher como se o poder que acredita ter justifique esta dominação e assim sendo, este sistema perverso destrói o Planeta, domina os que julga mais fracos, ameaça a vida, mata os povos originários e desrespeita os saberes tradicionais.

Em se tratando do momento em que estamos vivendo, de pandemia do Novo Corona Vírus este é extremamente crítico e sabe-se que os vírus que antes habitavam as florestas tropicais estão deixando os espaços naturais em que vivem há milhões de anos e agora estão adentrando os espaços com o ser humano que, por sua vez, está destruindo as florestas e consequentemente causando a sua autodestruição.

O ser humano está ameaçado e ameaçando os outros seres vivos. O Planeta Terra vai continuar existindo com os humanos ou sem eles. “A Terra pode nos deixar para trás e seguir o seu caminho” como assevera Ailton .

Iolanda Rocha é Professora e Socioambientalista

Foto Interna de Vandana Shiva: Curta Viva! 


Ecofeminismo - o equilíbrio que o mundo precisa


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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