Genocídio Brasil: Meio milhão de vidas perdidas

Genocídio Brasil: Meio milhão de vidas perdidas

Genocídio Brasil: Meio milhão de vidas perdidas

Estamos enfrentando um momento extremamente difícil em nosso país. Trata-se de um genocídio perpetrado pelo governo atual, no qual parece que o único projeto que lhe dar prazer é a morte.

Por João de Deus de Souza

Mais de meio milhão de brasileiros e brasileiras já perderam a de março de 2020 até julho de 2021 em decorrência da COVID 19. Não é um número; são pessoas, são histórias: pais, mães, filhos, avós, netos, esposa, esposo, outrora o de alguém. Se o Brasil tivesse um governo sério, comprometido com a vida, o número de poderia ter sido reduzido, assim como em vários países do mundo.

A pandemia da COVID 19, desde os primeiros casos ocorridos em março de 2020 precisaria de ações enérgicas, tendo em vista as orientações de infectologistas como Miguel Nicolelis e outros, que desde o inicio desta tragédia humana já vinham alertando sobre a necessidade de medidas
consequentes para reduzir os danos ou chegaríamos a um número desolador.

Este genocídio foi anunciado, planejado e executado pelo governo brasileiro que parece ser um sociopata e psicopata. O presidente da república Jair Bolsonaro, o Bolsonero (comparação com o imperador de Nero, que ateou nesta cidade e foi para o terraço do palácio comemorar dando gargalhadas).

Este governo Bolsonaro é um Genocida porque provocou uma sucessão de erros desde o início da pandemia. É público e notório que Bolsonaro, a sua equipe de governo e parte do congresso nacional se omitiram diante da grave situação da pandemia, inclusive incentivando o não
uso da máscara, do distanciamento social, o negacionismo da ciência e não comprou as vacinas desde o primeiro momento em agosto de 2020 quando foi procurado por empresas para oferta do imunizante.

Ao passo que muitos países investiram pesado na compra das vacinas, além da decretação do
lockdown, do uso obrigatório de máscaras, do distanciamento social e de várias formas de conscientização e políticas públicas.

A negação da ciência no caso da pandemia da COVID 19 é um dos principais fatores que levou o Brasil a chegar a este número assustador de mortes. Ao invés de investir na compra de vacinas já comprovadas cientificamente e utilizadas em vários países, o genocida brasileiro indicou a
automedicação da hidroxicloroquina e da ivermectina.

Evidentemente que as vítimas das mortes causadas pelo Corona vírus têm nome e sobrenome: são os empobrecidos, os negros e negras, os , os idosos e idosas, a classe trabalhadora, a base da pirâmide social explorada pelo neoliberal, como atesta o líder indígena brasileiro Ailton Krenak: “A próxima missão do capitalismo é se livrar de metade da população
do planeta”.

Que sorte é essa de morrer sem ar

Na pandemia da COVID 19?

Será que esse destino é traçado por Deus?

Mas que Deus é este?

Um tirano?

O Deus da morte que sente prazer em matar?

Não é só o vírus da COVID 19, mas também os vírus das outras pandemias: metade da população brasileira já vive em insegurança alimentar (IPEA. CONSEA 2021). Há a pandemia do desemprego com 16 milhões; a pandemia dos indígenas cada vez mais dizimados, ainda mais agora com a aprovação do PL 490; a pandemia dos excluídos: sem terra, sem teto, sem pão, duramente
atingidos nos seus direitos de cidadãos e cidadãs.

Como sabemos, este (des) governo e seus asseclas invocam o nome de Deus com a má intenção de explorar e sugar o sangue dos trabalhadores e trabalhadoras. Mencionam Deus, mas defendem a morte e a praticam, tanto a morte dos seres humanos, como das florestas, dos rios e mares, da fauna e da flora.

Afinal, o que foi feito do nosso Brasil? O país da alegria, da festa, do , do carnaval, da acolhida, da compaixão, da solidariedade, do aconchego, do amor? O que foi feita desta nação da religiosidade enraigada e da imensa ?

O Brasil virou um grande cemitério com valas comuns e o pior: sem que os vivos possam chorar seus mortos. Uma imensa nação devastada pela dor infinda e governada pelo gabinete do ódio do tirano genocida.

Como se não bastassem as agruras das várias pandemias, este governo genocida busca cercear a liberdade de expressão, assegurada pela Constituição Federal aos cidadãos e cidadãs. O caso do ativista Rodrigo Pilha que ficou preso por mais de 100 dias e agora está proibido de dar entrevistas.

Outros casos como a prisão do cozinheiro do hotel que se negou a cozinhar para o presidente genocida onde estava hospedado. Uma senhora foi presa por abrir um cartaz com a palavra genocida, quando o presidente estava passando.

Ocorreu também o fato de um casal de professores no Rio de Janeiro ser impedido de receber a vacina contra a COVID 19 porque estava usando uma camiseta com a frase FORA BOLSONARO.

Para vencermos estes momentos é preciso que tenhamos fé e . As duas caminham juntas em prol da transformação social, e como nos diz o poeta Zé Vicente “Virá o dia em que todos ao levantar a vista, veremos nesta terra reinar a liberdade”.

João de Deus de Souza – Filósofo e Psicólogo. Foto de Capa: Tiago Queiroz – Estadão. 


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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