GUSTAVO DOURADO: CORDEL PARA BRASÍLIA

: Cordel para

Vejam que lindeza este Cordel Para Brasília, presente do poeta e cordelista Gustavo Dourado para a capital do Brasil…

Brasilia Ana Volpe Agencia Senado

A Capital da Esperança

Tornou-se Realidade

De um sonho de Dom Bosco

À grandiosa Cidade

Por JK construída:

Dia a dia nos invade…

 

Brasília surgiu a esmo?!

Seu nome foi registrado

Em 1822…

Em artigo publicado

Na Tipografia Rolandiana:

Por oculto deputado…

 

Deputado desconhecido

A Brasília o nome

Adiamento à

A história assim se deu

Logo no primeiro artigo:

Nossa Brasília: nasceu

 

Brasília era nome corrente

Bonifácio persistiu

Propôs a Nova Capital

Preconizou: Anteviu

O lindo nome de Brasília

Ele também sugeriu…

 

2 de outubro de 56

JK aqui desceu

Com Lott, Lúcio e Israel

O Cerrado percorreu

Ernesto, Nélson, Balbino:

O fato assim aconteceu…

 

JK com entusiasmo

Veio ao Planalto Central

Trouxe Régis e Oscar

Adentrou-se ao matagal

Onde é o Catetinho:

Raiz da nossa Capital…

 

Na primeira comitiva:

Veio Bernardo Sayão

Governador Ludovico

Deu apoio à construção

O Altamiro Pacheco

Teve participação

 

Esteve lá no Cruzeiro

Perto do Memorial

Deixou a marca da luz

No centro do Capital

Café na Fazenda Gama

À vontade no quintal

 

Lúcio Costa rabiscou

Ave-cidade-avião

Passarinho-borboleta

Libélula em evolução

Um voo extraordinário:

No Planalto da Nação…

 

A cidade foi sonhada

Por profetas, visionários

Poetas a anteviram

Muitos a preconizaram

JK a construiu:

“Anjos” a eternizaram

 

Era um vale vastíssimo

Torto, Gama, Bananal

Vicente Pires: Riacho Fundo

Bela Água Mineral

Era o Sítio Castanho:

Hoje é nossa Capital…

 

Havia fazenda de gado

No meio do

Um descampado sem-fim

Cerrado monumental

Agora é uma Alvorada:

Nave do transcendental

 

Nascente de três bacias

No Planalto da Nação

Águas Emendadas é:

As veias do coração

As artérias de Brasília:

Devem ter preservação…

 

“Vale convexo” de Belcher:

Rios Preto e Descoberto

Talvegue do Santa Rita

Na vastidão do incerto

Criou-se o Paranoá:

Na imensidão do deserto…

 

O Lago Paranoá

É o nosso

Linha D`água: Cota Mil

É vida para a Capital

40 km de compasso:

monumental…

 

O Lago Paranoá

Melhorou a umidade

5km de largura

35 m de profundidade

600 milhões de m3

Banham a nossa cidade

 

Colosso da arquitetura

Urbi revolucionária…!

Homem deitado e em pé:

Congresso – Rodoviária

Megalópolis do Planalto

Epopeia visionária

 

Cidade-mater do Brasil:

Um orgulho nacional

Feito Londres sertaneja

Jerusalém Tropical:

É a Roma do Cerrado:

Ás do Planalto Central…

 

Brasília teve (tem) inimigos

Ferrenhos adversários

Venceu os seus oponentes

Na saga dos operários

Servidores bandeirantes:

Persistentes visionários

 

Candangos e engenheiros

Pedreiros e arquitetos

Obreiros de uma Nação

Futuro e destino incertos

Sertanejos resistentes

Desbravadores: honestos…

 

Nova Capital do Brasil

Comissão de Localização

Marechal José Pessoa

Comandou a Direção

Ernesto Silva na Equipe:

, Arte-

 

24 de setembro de 1956

Novacap em ação

Israel Pinheiro da Silva

Engenheiro Bernardo Sayão

Ernesto Silva, Iris Meinberg:

São heróis da construção…

 

Aos candangos da Brasília

Rendo a minha

Com suor, sangue e poesia

Em um linda mensagem

Construíram a nave-mãe:

Em permanente viagem…

 

Brasília hoje é um polo

Pulsa  criatividade

Poesia à flor da pele

Nas artérias da Cidade

Os candangos são heróis:

Bandeirantes de verdade…

 

Há de tudo por aqui

Espaço-multiplicidade

Arquitetura inovadora

Sonhos: engenhosidade

A Capital do Brasil

Dá asas à Liberdade…

Gustavo Dourado – Escritor. Poeta. Cordelista. Presidente da Academia Taguatinense de Letras.  Mais sobre o do cordelista Gustavo Dourado: http://www.gargantadaserpente.com

Brasilia Thamar

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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