Herói Morre em Pé
Por Odenir Pinto
Para meu amigo indigenista Rieli Franciscato
Trinta anos se passaram ontem
No instante que levei um baque no peito
E li coisas antigas
E as presentes,
Em segundos,
Em silêncio.
Vejo que o que me derruba
É a tarde seca; é o céu sem nuvem:
Enquanto meu corpo pede água
Minha alma quer uma mão
Para arrancar essa taquara.
Não vejo mais nem céu nem terra,
Mas uma tocha de fogo
Que queima parte do mundo:
Ora de dentro pra fora,
Ora fazendo fumaça
Para esconder todas as esperanças.
No instante que levei um baque no peito
E li coisas antigas
E as presentes,
Em segundos,
Em silêncio.
Vejo que o que me derruba
É a tarde seca; é o céu sem nuvem:
Enquanto meu corpo pede água
Minha alma quer uma mão
Para arrancar essa taquara.
Não vejo mais nem céu nem terra,
Mas uma tocha de fogo
Que queima parte do mundo:
Ora de dentro pra fora,
Ora fazendo fumaça
Para esconder todas as esperanças.
Trinta anos se passaram: Com 30 anos de experiência na Fundação Nacional do Índio (Funai), o indigenista Rieli Franciscato faleceu na quarta-feira, 09 de setembro, vítima de uma flechada no peito vindo dos povos que ele mais defendia, os indígenas isolados. Rieli foi à região de Seringueiras, em Rondônia, para tentar evitar um atrito entre os isolados e a população da zona rural da região. Infelizmente, pressionados por agressões e ameaças às suas vidas e ao seu território, os isolados flecharam, por desconhecimento e engano, um de seus principais defensores. Nós, da Revista Xapuri, nos somamos ao professor Odenir Pinto e ao indigenismo brasileiro no luto e na luta em defesa de nossos povos originários. #RieliPresente!
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