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Abril Indígena: Projeto de hip-hop aborda violência contra mulher indígena

Projeto de hip-hop aborda violência contra mulher indígena

Com a proposta de estimular discussão sobre temáticas socioculturais no Amazonas e região, o projeto Pelabera lança sua segunda produção audiovisual. ‘Filha do Rio Negro’ retrata caso de violência contra mulheres indígenas.

Por: Patrícia Borges, Amazonas Atual no portal Geledés

Pontuar a dificuldade de acesso a dados precisos, fomentando o debate sobre a violência específica contra mulher indígena também é objetivo da produção.

O rapper Jander Manauara explica que a relação entre mulheres indígenas e colonizadores estimulou, por muito tempo, casos de violência. “Esse estereótipo de disponibilidade sexual das mulheres indígenas foi implantado no período colonial e se perpetuou na historiografia, sendo tido como ‘motivação’ dos abusos sofridos por estas mulheres’, explica Jander.

Nesta produção, a equipe formada por Jander Manauara, Denis L.d.O., DJ Otto Bráu, Sereia Dulov e Matheus Crazy contou com apoio de dados do Mapa da violência contra mulheres no Amazonas, elaborado pelo Prof. James Dean Oliveira dos Santos, sob a coordenação da Prof.ª Doutoranda em Antropologia Social Flávia Melo, do  programa de extensão OVGAM (Observatório da Violência de gênero no Amazonas) da UFAM (Universidade Federal do Amazonas).

Protagonizado por Jéssica Maraguá Otero, o clipe conta ainda com o trabalho Gabrielly Maraguá Otero (figurino), duas indígenas da etnia Maraguá, do Parque das Tribos. Lorena Souza (maquiagem) e Mel Angeolis (produção) também assinam o projeto.

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‘Filha do Rio Negro’ (Foto: Divulgação/ Imagem retirada do site Amazonas Atual)

Pelabera

Idealizado há um ano, o Pelabera produz músicas, clipes e painéis de grafite que refletem questões relevantes e atuais, de temática sociocultural no Amazonas e no Norte do país. Um novo clipe será lançado a cada mês.

Segundo Jander Manauara, o projeto também vai trazer uma proposta de implementação dos temas abordados em escolas de Manaus. “Após o lançamento de seis ou sete músicas e clipes vamos trabalhar para apresentar o projeto às escolas. Não só a proposta da banda, mas também estimular o debate do tema em uma abordagem educacional’, explica o rapper e produtor cultural.

O primeiro clipe do projeto, ‘Olha a água’ aborda a questão da migração de refugiados venezuelanos e haitianos em Manaus.

Fonte: https://www.geledes.org.br/projeto-de-hip-hop-aborda-violencia-contra-mulher-indigena/

Assista ao clipe:

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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