Procura
Fechar esta caixa de pesquisa.

Salve, Salve, Marisa Letícia!

Salve, Salve, Marisa Letícia! – Ela completaria, neste 7 de abril, 71 anos, curiosamente, quando se comemora, sabe-se lá por que, o dia do jornalista – uma data que eu desprezo, desde sempre, porque não significa absolutamente nada e foi criada, tenho certeza, para os patrões louvarem puxa-sacos, nas redações. 

Por Leandro Fortes, para o Jornalistas pela Democracia 

Mas, então, volto a Marisa Lula da Silva e a curiosa confluência de datas citada acima, porque a ex-mulher de Luiz Inácio morreu de aneurisma cerebral, há três anos, mas pode-se dizer que foi vítima fatal, isso sim, da perseguição pessoal mais cruel, desumana e cretina que uma primeira-dama brasileira sofreu, em toda a história da República – e há pelo menos uma dúzia de jornalistas envolvidos, diretamente, nesse massacre.

Quando morreu, em 2017, Marisa estava sob investigação da Operação Lava Jato, comandada pelo ex-juiz , quando o atual ministro da Justiça ainda era, então, um serviçal do Grupo Globo. Juntos, Moro e a Globo encabeçavam a campanha de criminalização do PT que havia deposto e, ali adiante, iria enfiar o ex- na prisão, a tempo de impedi-lo de se candidatar, em 2018, à Presidência da República.

Os ataques a Marisa, assim como aos filhos dela e de Lula, faziam parte de uma estratégia de enfraquecimento moral prevista no manual de torturadores, no mundo todo. Era preciso vilipendiar a história e a vida de Marisa – mulher pobre de São Bernardo do Campo, de origem camponesa e casada com um ex-operário que virou presidente do , muito, graças a ela – para atingir Lula no coração, quebrar-lhe a espinha, fazê-lo entender, de uma vez por todas, que, no Brasil, ninguém governa para pobres e distribui riquezas sem sofrer represálias ferozes da Casa Grande.

E assim foi, por três longos anos, a vida de Marisa, bombardeada por fake news, calúnias, difamações, mentiras, injúrias e preconceito. Até que, um dia, Sérgio Moro mandou a Polícia Federal invadir sua casa, às 6 horas da manhã, para levar o marido a depor, à força. Ato contínuo, levaram os tablets dos netos – um dos quais, Arthur, iria morrer, dois anos depois, sob o escárnio das bestas feras do antipetismo – e cortaram o colchão da cama onde dormia, para que o recado fosse completo.

Tudo isso foi relativizado, amenizado e enviesado por jornalistas de praticamente toda a mídia comercial brasileira. Atiçados pelos patrões, muitos desses jornalistas que, hoje, levam perdigotos de coronavírus na cara, num curral na frente do Palácio da Alvorada, serviram de alegres cães de caça contra Marisa Lula da Silva.

Hoje, estão caladinhos, alguns até envergonhados, muitos tentando salvar a biografia escrevendo textos indignados contra o bolsonarismo.

Espero, sinceramente, que estejam do jeitinho que Dona Marisa preconizou, em uma conversa com o filho Fábio Luiz, em um áudio criminosamente vazado por Moro: com os cabos das panelas que batiam, contra Dilma, Lula e o PT, enfiados no meio do cu.


Salve! Pra você que chegou até aqui, nossa gratidão! Agradecemos especialmente porque sua parceria fortalece  este nosso veículo de comunicação independente, dedicado a garantir um espaço de Resistência pra quem não tem  vez nem voz neste nosso injusto mundo de diferenças e desigualdades. Você pode apoiar nosso trabalho comprando um produto na nossa Loja Xapuri  ou fazendo uma doação de qualquer valor pelo PIX: contato@xapuriinfo.dream.press. Contamos com você! P.S. Segue nosso WhatsApp: 61 9 99611193, caso você queira falar conosco a qualquer hora, a qualquer dia. GRATIDÃO!

PHOTO 2021 02 03 15 06 15


E-Book A Verdade Vencerá – Luiz Inácio Lula da Silva

Em entrevista aos jornalistas Juca Kfouri e Inês Nassif, Lula expressa sua indignação com o massacre sofrido ante a farsa da Lava Jato. Imperdível!

COMPRE AQUI

Capa Lula a verdade 1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

PARCERIAS

CONTATO

logo xapuri

posts relacionados

REVISTA