Liberdade de Imprensa e Democracia: uma nota aos homens públicos (supostamente) desavisados
A liberdade de imprensa é elemento fundamental para o aprofundamento democrático. Sem ela os desmandos políticos imperam livremente, assim como o conhecimento das ações dos homens públicos fica limitado. Ocupar um cargo público, seja ele efetivo, contratado, comissionado ou eletivo é assumir – a priori – uma responsabilidade com a coisa pública, que é da conta de todos, inclusive da minha e da sua.
Por Cristiano Bodart
A liberdade de imprensa passa pela autonomia desta em relação ao Estado. Na esfera municipal a situação é ainda mais problemática. Jornais locais dotados de poucos recursos acabam virando refém das administrações públicas uma vez que muitos dos contratos são firmados pelo gestor municipal, os quais são quase sempre a principal fonte de financiamento.
A Declaração de Chapultepec, de 1994, destaca que:
“Uma imprensa livre é condição fundamental para que as sociedades resolvam seus conflitos, promovam o bem-estar e protejam sua liberdade. Não deve existir nenhuma lei ou ato de poder que restrinja a liberdade de expressão ou de imprensa, seja qual for o meio de comunicação”.
De acordo com a Declaração de Chapultepec, o exercício da liberdade de expressão e de imprensa “não é uma concessão
das autoridades, é um direito inalienável do povo” e que “toda pessoa tem o direito de buscar e receber informação, expressar opiniões e divulgá-las livremente. Ninguém pode restringir ou negar esses direitos”. Determina o documento que “as autoridades devem estar legalmente obrigadas a pôr à disposição dos cidadãos, de forma oportuna e equitativa, a informação gerada pelo setor público”.







