Lula: "Quero provar que o Nordeste não nasceu para ser pobre"

Lula: “Quero provar que o Nordeste não nasceu para ser pobre”

Lula: “Quero provar que o Nordeste não nasceu para ser pobre”

“É esse país que eu quero recuperar: quero que o povo nordestino acorde de manhã dizendo ‘nós podemos, nós merecemos e nós vamos fazer´, disse Lula em entrevista…

Por PT Nacional

Nesta quarta-feira (9), durante entrevista à Rádio Clube de Pernambuco, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da defendeu o legado que seu governo deixou no Nordeste, destacando especialmente a melhoria na educação e as obras da transposição das águas do Rio São Francisco. Ele disse que, quando presidente, sabia que tinha que recuperar o atraso que o Nordeste foi submetido por muitos anos, realidade que a região está sendo novamente submetida agora, com o atual presidente.

“Agora, o presidente que está aí não liga para o Nordeste. Ele está visitando o Nordeste agora por causa das eleições, mas brigou com governadores e prefeitos e ofendendo nordestinos. Ainda esta semana ele disse que tem muito ‘pau de arara´ em São Paulo, ele é uma pessoa sem escrúpulos”, disse Lula.

O ex-presidente afirmou que quer provar que o Nordeste não nasceu para ser pobre. “O Nordeste tem potencial extraordinário. Por isso fizemos investimentos em universidades, em escolas técnicas. É esse país que eu quero recuperar: quero que o povo nordestino acorde de manhã dizendo ‘nós podemos, nós merecemos e nós vamos fazer´. Que o povo nordestino não levante de manhã falando de miséria e de fome, ele tem que falar de bonança, de coisa boa, tem que falar que tem direitos e andar de cabeça erguida, porque é esse Nordeste que nós vamos reconstruir outra vez”, afirmou.

 

Destacando que a região cresceu muito na sua gestão, Lula lembrou das visitas que fez à região como presidente, sentindo orgulho da prosperidade na época. “O Nordeste já cresceu muito. Você não sabe o orgulho que eu tenho de ter chegado em Caruaru e encontrado, na faculdade de medicina, muita gente de São Paulo, do Rio Grande do Sul… dizendo ‘poxa, presidente, eu não conhecia o Nordeste, agora eu tô dando aula aqui, eu não quero mais voltar pro Sul, aqui tem mais , aqui a gente tem mais tranquilidade além de ter mais sol e mais calor´. Esse e o que eu quero criar, que o pernambucano viaje para o Rio Grande do Sul a passeio, de férias e não atrás de um miserável emprego pra trabalhar de pedreiro”, disse Lula.

O ex-presidente também criticou a imagem que havia sido criada no passado para o povo nordestino. “Você sabe que eu era revoltado, não gostava de ver as pessoas falar ‘ah, mas nordestino é bom, nordestino veio pra São Paulo construir as pontes, construir viaduto, construir prédio, não, a gente não quer ser só pedreiro, a gente quer ser engenheiro, a gente quer ser arquiteto, quer ter um diploma de doutor e quer ganhar mais salário, porque a gente gosta de viver bem. Isso que é a consciência do povo nordestino e eu tenho orgulho de dizer, que o nordestino não deve nada a ninguém nesse país”, afirmou.

Transposição do Rio São Francisco

Sobre a transposição do São Francisco, Lula lembrou que era uma obra pensada desde os do Império, mas que jamais havia saído do papel, por inúmeras questões políticas.

“Fizemos a transposição do Rio São Francisco, que ninguém tinha coragem de fazer, dom , quando era imperador, não conseguiu fazer, os militares também. Tentei convencer as pessoas que o São Francisco é um rio nacional, ele é do Brasil, os donos dele são os brasileiros. Agora a transposição está sendo concluída”, afirmou.

O ex-presidente disse esperar que Bolsonaro tenha coragem de dizer que a obra era de Lula. “Eu espero que Bolsonaro, que tá fazendo viagem pra inaugurar os pedacinhos que ele concluiu, que tenha a coragem de dizer ‘olha, eu tô inaugurando aqui, mas quem começou essa obra foi o , foi um pernambucano, saído de Caetés, num pau de arara, com diploma de torneiro mecânico, que teve a coragem de fazer a obra do século no nosso país, que foi levar água para 12 milhões de nordestinos que vivem no semiárido”, concluiu.

Bolsa Família

Lula disse ainda que o Bolsa Família, cancelado pelo atual governo, não era apenas um programa de distribuição de renda, mas era um programa com o qual os beneficiados tinham um compromisso. “ A tinha que colocar os filhos na , a mãe tinha que fazer exames, se soubesse que estava grá, a mãe era obrigada a dar vacina nos filhos… Era um programa que tinha interesse social, mais do que dinheiro.”

Ele lembrou que quando era presidente ouviu muitas vezes que as notícias de diziam que o Nordeste crescia em ritmo chinês e que, caso seja candidato e eleito, vai reunir os governadores e prefeitos para discutirem conjuntamente que políticas precisam ser feitas para desenvolver cada e cada município. “Não é possível você imaginar que consegue governar o Brasil de Brasília”, afirmou, lembrando que quando foi presidente criou uma sala de prefeitos no Planalto.

Do site lula.com.br

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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