Machadinho: Barragem de minério se rompe em Rondônia. Pelo menos 100 famílias isoladas

Machadinho D´Oeste, Rondônia: Barragem de minério rompe no Distrito de Oriente Novo e causa danos ambientais

Por: machadinhoonline
Um barragem de rejeitonde minérios rompeu nesta sexta-feira (29), no distrito de Novo Oriente, em Machadinho D’Oeste (RO), município a pouco mais de 350 quilômetros de Porto Velho, interior do . A sobre o caso foi repassada à Rede Amazônica pelo comandante da Polícia Ambiental, Washington Soares Francisco, na região. As primeiras informações apontam que não há vítimas.
O rompimento teria sido provocado por uma forte chuva que encobriu a cidade na última quinta-feira (28). A Polícia Ambiental informou também que não há vítimas, mas destacou que ocorreram “muitos danos ambientais”.
Conforme o secretário de Estado de (Sedam), Elias Resende, uma equipe da pasta segue ao local por e na manhã de sábado (30), técnicos irão para a região onde houve o rompimento de helicóptero. Elias também disse que está fora do estado, mas informou que no sábado fará um sobrevoo.
No momento, equipes da Polícia Ambiental fazem levantamento sobre o rompimento. Por lá, pelo menos 100 famílias estariam isoladas por causa da queda de pontes na região.
Fonte: http://www.machadinhoonline.com.br/index.php/2019/03/29/machadinho-barragem-de-minerio-rompe-no-distrito-de-oriente-novo-e-causa-danos-ambientais/
Famílias ficam isoladas
A Polícia Ambiental informou neste sábado (30) que cerca de 100 famílias ficaram isoladas em Rondônia devido ao rompimento de uma barragem da mineradora MetalMig em Oriente Novo, distrito de Machadinho D’Oeste, a pouco mais de 350 quilômetros de Porto Velho. Não há registro de vítimas e nem informações sobre o tamanho do dano ambiental.
rompimento ocorreu nesta sexta-feira (29), após a forte chuva que atingiu a região. Segundo o comandante da Polícia Ambiental, Washington Soares Francisco, as famílias ficaram isoladas devido à queda de sete pontes que foram destruídas pela força da água.
Duas das pontes atingidas estão localizadas na RO-257, que liga os municípios de Ariquemes (RO) e Machadinho D’Oeste.
A Secretaria de Estado do Ambiental de Rondônia (Sedam) informou que o material derramado é formado por areia e argila, sem a presença de metais pesados. De acordo com a pasta, não há risco de contaminação.
A barragem é proveniente da mineração de cassiterita. A mineradora MetalMig atua desde 1970 na localidade. Ainda segundo Sedam, a empresa está com as licenças ambientais e de operação em dia.
Na manhã deste sábado (30), uma equipe de perícia da Polícia Civil com apoio da aéreo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), iniciou sobrevoo no local atingido para estimar os danos causados pelo rompimento da barragem.
Fonte: http://www.yesmania.com.br/noticia/2019/03/30/familias-ficam-isoladas-com-rompimento-de-barragem-em-machadinho-do-oeste.html

 
 
Fotos: Polícia ambiental/Mdo-RO. Fonte citada: G1 Rondônia.
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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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