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Manuela Mirella é eleita nova presidenta da UNE

Manuela Mirella é eleita nova presidenta da UNE

Pela chapa “Coragem e unidade: nas ruas pra reconstruir o ”, a estudante pernambucana Manuella Mirella foi eleita presidenta da UNE com 76,26% dos votos.

Por Eliz Brandão/Portal Vermelho

Depois de cinco dias de uma programa extensa, muitos debates, palestras, encontros, atividades culturais e atos chegou ao fim a 59ª edição do Congresso da maior entidade estudantil universitária do país. A plenária final aconteceu neste domingo (16), no Ginásio Nilson Nelson, em , com a votação e eleição da nova direção da entidade para o próximo biênio 2021-2023.

Com 4.716 votos, de um total de 6.180, a chapa encabeçada por Manuela, “Coragem e unidade: nas ruas pra reconstruir o Brasil” saiu vitoriosa do Congresso da UNE que reuniu cerca de 10 mil estudantes universitários dos quatro cantos do Brasil. Ao todo, sete chapas concorreram ao processo eleitoral.

Presidenta da gestão cessante, Bruna Brelaz foi quem declarou os votos de cada uma das chapas, dando a vitória para a eleição da chapa de Manuella e no mesmo ato, deu posse à nova presidenta. Sendo a primeira vez na história da entidade que uma negra passa à condução da entidade para outra mulher negra.

Bastante aplaudida, a presidenta eleita agradeceu a todos os estudantes que fizeram a campanha da chapa, desde a passagem em sala, a organização da eleição dos delegados, das caravanas até participarem do Congresso em Brasília.

Segundo Manuella, essa nova direção não fará apenas a gestão da chapa, mas “de cada estudante desse país que sonha com um país melhor e nós iremos, com unidade e coragem, reconstruir o Brasil da esperança”, afirmou.

Ela também saudou a gestão cessante, lembrando que foi a entidade que ajudou a derrotar nas urnas o governo de Jair Bolsonaro, que conquistou a recomposição do orçamento das universidades, garantiu a volta às aulas com segurança.

“Foi a gestão que não saiu um minuto das ruas e tenho certeza que cada estudante deste Brasil se sentiu muito representado por você, Bruna, uma menina negra, do Norte que com muita responsabilidade e coragem conduziu a UNE nestes dois anos”.

Perfil

Manuella é estudante de engenharia ambiental na FMU. Foi diretora de Comunicação da UNE. Filiada à União da Juventude Socialista (UJS), iniciou sua trajetória acadêmica na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), onde ingressou pelas cotas, atuou nas entidades de base e presidiu a União dos Estudantes de Pernambuco (UEP) – Cândido Pinto.

Fonte: Portal Vermelho Capa: Reprodução/Portal Vermelho


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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