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Mundo pede cessar-fogo e presta solidariedade à Palestina

Atos em vários países pedem cessar-fogo e prestam solidariedade à

Alemanha, Itália, França, Espanha, Turquia e Índia também registram atos em defesa da Palestina e pelo imediato cessar-fogo, conforme resolução da ONU

Por Portal Vermelho

Manifestações no e pelo estão sendo realizadas em solidariedade à Palestina e em defesa de um cessar-fogo imediato. Neste sábado (28), meio milhão de pessoas protestaram em Londres, na Inglaterra.

Alemanha, Itália, França, Espanha, Turquia e Índia também registram atos em defesa da Palestina e pelo imediato cessar-fogo, conforme resolução da ONU.

No Brasil, atos foram realizados em várias capitais como Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, , Florianópolis e .

Parlamentares brasileiros também protestaram contra os ataques de à Faixa de Gaza, que estão sendo considerados verdadeiros massacres.

“A população está isolada, sem água, sem remédios, sem energia e sem internet. A insistência na apenas matará mais crianças, jovens, idosos e mulheres inocentes. O Brasil deu um dos 120 votos a favor da proposta da Jordânia, porque entendemos que não há saída além do cessar-fogo imediato. Houve 45 abstenções e 14 votos contra, entre eles os dos EUA e Israel”, disse a líder do PCdoB na Câmara, Jandira Feghali (RJ).

O líder do Governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), diz que o mundo se mobiliza contra a guerra e em defesa da Palestina. “Fim do genocídio é o que a ONU tem que deliberar”, afirmou.

“Uma multidão de pessoas marchando contra o genocídio cometido pelo Estado de Israel e em defesa do palestino em Londres. A manifestação se encaminha para ser o maior protesto político da britânica!”, observou a Fernanda Melchionna (PSOL-RS).

Fonte: Portal Vermelho Capa: Reprodução do X


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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