Novo salário mínimo aumenta 7% a partir de 1º de janeiro

Novo salário mínimo aumenta 7% e vai a R$ 1.412 a partir de 1º de janeiro

de valorização do salário mínimo, interrompida por Bolsonaro e retomada pelo , garantiu aos ganho real de 3%, além de 3,85% de inflação

Por Portal Vermelho

A partir de 1º de janeiro de 2024, o salário mínimo passará a ser de R$ 1.412, conforme decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio da . O novo valor corresponde a um aumento de 6,97% (R$ 92) em relação ao atual, de R$ 1.320, e é resultado da política de valorização que garante aumento acima da inflação. 

O percentual de reajuste representa ganho real (acima da inflação) de 3%, além de 3,85% de inflação registrados no período, segundo apontado pelo Palácio do Planalto. A definição do novo valor deriva de uma fórmula feita com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e na variação do Produto Interno Brito (PIB).

O novo valor foi incluído na lei orçamentária para 2024, aprovada pelo parlamento no dia 22 de dezembro. Como entrará em vigor a partir do primeiro dia de janeiro, o novo valor começará a ser depositado no início de fevereiro.  Conforme o Palácio do Planalto, o reajuste só foi possível devido às diretrizes do Grupo de de Valorização do Salário Mínimo, criado em fevereiro pelo presidente Lula.

A política de valorização do salário mínimo foi criada no primeiro mandato de Lula e mantida até 2019, quando foi interrompida por Jair Bolsonaro. Em seu terceiro mandato, Lula a retomou por meio de medida provisória enviada em maio ao , que a aprovou em agosto.

O Ministério do Trabalho e Emprego informou que se esta política tivesse sido mantida durante todo período de 2005 a 2024, o valor do salário mínimo seria de R$ 1.492. Além disso, se fosse corrigido apenas considerando a inflação, isto é o INPC, sem considerar os ganhos reais do PIB, em 2024, o valor seria de R$ 742, isto é 53% do seu valor efetivo de R$1.412. 

“Por isso é importante ter uma política permanente de valorização do salário mínimo, ou seja, de trazer para o salário mínimo, além da correção da inflação, o crescimento real da ”, disse o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, pelas . “Isso influencia fortemente na massa salarial, nos pisos salariais das categorias e influenciará, futuramente, no processo de crescimento real dos salários de todos os trabalhadores e trabalhadoras”, completou. 

Com agências

(PL)

Fonte: Portal Vermelho Capa: Ricardo Stuckert/PR


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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