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O BOLSA ATLETA E O CRESCIMENTO DO ESPORTE

O BOLSA ATLETA E O CRESCIMENTO DO ESPORTE

Fato a se destacar é que dos atuais 277 competidores que compõem a delegação brasileira nas Olimpíadas de Paris, 247 são bolsistas. Inclusive as campeãs olímpicas Rebeca Andrade da ginástica e Beatriz Silva do judô. 

Desde o ano passado, o Bolsa Atleta foi aperfeiçoado e teve importantes avanços. A aprovação da Lei nº 14.614 no ano de 2023 e sancionada pelo , garantiu a manutenção do recebimento do benefício às mulheres durante o período de gestação e de um semestre após o parto. Outra inovação foi a inclusão, pela primeira vez, de atletas surdos e guias, bem como auxiliares do esporte paralímpico. 

Em um país marcado pelas imensas dificuldades de acesso aos clubes (muitos deles de classe média e das elites econômicas), investir no ensino básico e fundamental em tempo integral pode ser uma saída para o florescimento de novos talentos nas artes e nos esportes brasileiros. Pois além das aulas regulares e do reforço escolar, a presença das atividades culturais e esportivas ganham destaque nessa revolucionária

Desgoverno anterior 

O de Fato, em 13 de outubro de 2022, fez uma breve radiografia do desmonte do Programa Bolsa Atleta no desgoverno de Jair Bolsonaro. Em 2020, com a aprovação da primeira Lei Orçamentária, a Secretaria do Esporte recebeu 49% a menos do que no ano anterior.

Dois terços dos funcionários da pasta foram demitidos. O Edital do Bolsa Atleta foi cancelado e um novo edital só foi publicado em 2021. Um desmonte total e absoluto. 

A recriação do Ministério do Esporte, em 2023, deu novo empuxo ao Programa e abriu a perspectivas que muitos atletas oriundos das camadas populares aderissem. 

Cabe agora ao Ministério, juntamente com o Comitê Olímpico Brasileiro, COB, acompanhar e monitorar a atuação das federações e confederações esportivas para criar uma sinergia que faça o Brasil dar um salto de qualidade nas competições esportivas mundo afora. 

O Brasil pode e deve estar entre as principais potências do esporte olímpico mundial. 

Porém não basta só o apoio do governo. É preciso que a iniciativa privada colabore. É assim em qualquer lugar do mundo. Para nós brasileiros não pode restar a mesquinharia dos endinheirados. 

O BOLSA ATLETA E O CRESCIMENTO DO ESPORTE
EBC

Multimedalhista se despede de Paris com quatro pódios e soma seis no total. No Taiti, dois pódios para o país. Mesatenista é a primeira atleta paralímpica brasileira a atuar em Jogos Olímpicos. Em comum a todas as histórias, a digital do Bolsa Atleta 

Rebeca Andrade estava tensa. Mas não a tensão de quem espera o pior. O olhar aflito, surpreendentemente míope, está voltado para o placar do ginásio onde acontece as finais solo da ginástica artística em Paris.

A apresentação havia sido épica e o ouro já reluzia. A atleta brasileira já havia se consagrado dias antes, mas ainda havia tempo para um novo capítulo: o lugar mais alto do pódio com direito a referência de ninguém menos que Simone Biles.  

Já são seis medalhas olímpicas, feito inédito. Uma delas, além do ouro, também tem sabor especial: o bronze por equipe, que coroa um trabalho com o influência direta de políticas de incentivo ao esporte. Foi em 2004, segundo ano da primeira gestão de Lula, que surgiu um dos programas mais importantes da história do esporte nacional e um dos maiores do mundo: o Bolsa Atleta. Nada menos do que 241 dos 276 participantes brasileiros dos jogos são beneficiados pelo programa.

A evolução da ginástica artística é o exemplo mais contundente dos efeitos da iniciativa. E não é de hoje. Já são sete medalhas conquistadas desde os Jogos Olímpicos de Londres em 2002 – naquela edição veio o inédito ouro de Arthur Zanetti nas argolas. Depois, foram duas pratas e um bronze no Rio 2016, um ouro e uma prata em Tóquio 2020.

Em Paris, todas as meninas da equipe que levou o terceiro lugar são beneficiadas pelo Bolsa Atleta. Além de Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Júlia Soares e Lorrane Oliveira recebem valores que variam entre R$ 5.543 e R$ 16.629 por mês.

O programa teve reajuste em 2024 de 10,86%. Não custa lembrar que o esporte foi escanteado desde o golpe contra Dilma em 2016, mas foi com Bolsonaro que deixou de ter um ministério próprio para virar apenas uma secretaria. 

A própria Rebeca Andrade celebrou, em reportagem publicada pelo portal do Governo Federal, a retomada da Bolsa Atleta. “É importante para que a gente consiga comprar os novos materiais de treinamento, essenciais para que a gente consiga evoluir e continuar tendo conquistas também. E ajuda muitos atletas a ajudarem seus familiares, que é algo que preocupa muita gente também. E podermos cuidar da nossa saúde, da saúde dos nossos familiares, cuidar da nossa parte aqui dentro, da arena, sabe? É essencial, eu estou muito grata”, afirmou. 

Além do Bolsa Atleta, os federais na ginástica passam pela Lei das Loterias, Lei de Incentivo ao Esporte e convênios do Ministério do Esporte com a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG). Em 2010, um convênio do MEsp com a CBG investiu R$7,2 milhões na compra de equipamentos. Nos últimos 20 anos, R$95,5 milhões foram repassados para a entidade por meio da Lei das Loterias.

A brasileirinha que encantou o mundo com Brasileirinho

Chamada de rainha pelos brasileiros após a conquista da prata em Paris, Rebeca Andrade já é a maior atleta olímpica da história do país.

Mas sua trajetória também teve providencial empurrão de outra estrela da ginástica: Daiane dos Santos, hoje conhecida pelas novas gerações pelo seu trabalho como comentarista ou até mesmo por ter participado do programa dominical Dança dos Famosos. O seu legado, no entanto, deveria estar na ponta da língua de qualquer pessoa que ame esporte no Brasil. 

Para quem tem mais de 30 anos, Daiane dos Santos sempre foi e sempre será a brasileira que encantou o mundo ao som de Brasileirinho, clássico de Waldir Azevedo que embalou a sua apresentação em Atenas 2004. Foi ela a responsável pelo primeiro ouro olímpico do país na modalidade, e primeira campeã negra da história da ginástica. 

Tudo isso, claro, com apoio do Bolsa Atleta. “O Bolsa Atleta é um programa muito importante para o Brasil, quando a gente fala de esporte. Hoje é o maior mantenedor dos atletas, a gente pode ter mais atletas competindo, treinando mais tranquilos, porque eles têm hoje uma renda que ajuda. Isso é muito importante.

A gente perdia muitos, principalmente nessa fase da adolescência, que a grande maioria das famílias é de baixa renda, precisa ajudar em casa, precisa se manter, comprar equipamento, comprar alimento também. Então o Bolsa Atleta veio para isso, para dar essa estrutura de que a gente precisa, necessita e sempre vai necessitar” afirmou, também em entrevista ao portal do governo. 

Mais de nove mil bolsas são pagas atualmente

Ouro vale ouro. Prata vale ouro. Bronze vale ouro. A frase que virou meme durante os Jogos Olímpicos de Paris dá bem a dimensão do que significa cada medalha conquistada pelos atletas brasileiros. A maioria deles, claro, conta ou já contou com o Bolsa Atleta.

A retomada do programa é vista com grande otimismo por profissionais do setor e as razões estão nos números. De 2011 até agora, a União pagou R$ 5,8 milhões em apoio financeiro aos atletas que já são medalhistas nos Jogos Olímpicos de Paris. 

Além deles, mais de nove mil atletas são beneficiados atualmente pelo programa e recebem bolsas que variam de R$410 a R$16,6 mil. Entre os 276 esportistas brasileiros que estão participando das Olimpíadas, 241 recebem o auxílio financeiro, criado em 2004, por Lula.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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